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O 'não convencional' de Fernando Diniz virou previsível

Ontem (16/04) aconteceu um jogo na rodada que durou aproximadamente 3 horas, paralisado por um tempo devido às fortes chuvas em Salvador.

É claro que o ritmo muda quando a partida é interrompida por tanto tempo e depois recomeça.

Uma partida se torna dois jogos completamente diferentes, pois um é até a interrupção e outro depois dela.

Mas quero escrever sobre a coletiva de Fernando Diniz após a partida.

Ele passou grande parte do tempo culpando os erros dos setores do campo pela derrota.

Disse que faltaram jogadores no meio-campo e que os gols do Bahia só saíram por erros de saída de bola ou por espaços deixados pelo seu time.

No entanto, o gol do Fluminense também foi um erro de saída de bola do jogador do Bahia, Arias, que John Arias roubou e tocou para German Cano marcar.

Quando um treinador diz que os gols do adversário só saem por erros dos seus jogadores, ele tira toda a sua responsabilidade e desmerece o trabalho do outro time.

O Fluminense fez três partidas fracas: venceu o Colo-Colo (2 x 1), empatou com o Bragantino (2 x 2) e perdeu para o Bahia (1 x 2) jogando muito abaixo.

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Para mim, está na cara que o modo de jogar já está batido e conhecido.

Por quê?

Porque Fernando Diniz tem um só modo de jogar, as alterações são sempre no mesmo sentido, sem nenhuma modernidade.

Em 2023, funcionou bem porque era uma novidade, mas em 2024, ele está fazendo o mesmo e os times já não se surpreendem, pois é sempre a mesma coisa.

Não há inovação ou variações de jogo, algo que eu e outros tantos colunistas e comentaristas já tínhamos apontado no ano passado, mesmo com o Fluminense jogando bem.

Há outro problema sério que ninguém está falando: Fernando Diniz está formando um time que não dará nenhum retorno financeiro ao Fluminense.

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Vários jogadores sem mercado e ganhando um salário bem alto: Fábio, Marcelo, Ganso, Douglas Costa, Renato Augusto, Cano, Felipe Melo e, se vier o Thiago Silva, será mais um que ganhará muito e não dará retorno financeiro algum.

Se o presidente Mário Bittencourt não prestar atenção nisso, daqui a alguns anos o clube perderá 7 jogadores por aposentadoria ou por saírem de graça.

Somando o salário de todos eles, é um gasto enorme que esses jogadores não farão um centavo retornar aos cofres do clube.

Voltando à coletiva de Fernando Diniz após a derrota para o Bahia, fica bem claro a sua arrogância em não ver erros no seu próprio trabalho, apenas nos seus jogadores e nos setores do time. Ao mesmo tempo, ele afirma que o adversário só faz gols por erros do seu time.

Ele não admite que o trabalho do Rogério Ceni nesse jogo foi melhor que o seu, que o time do Bahia jogou mais que o seu e que as suas mesmas alterações de sempre não estão funcionando mais porque seu estilo de jogo é totalmente previsível.

Ele falou muitas vezes o termo "não convencional" para valorizar seus pensamentos de futebol, mas uma visão não convencional sendo repetida constantemente da mesma maneira se torna um "não convencional previsível".

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O Fluminense de Fernando Diniz é previsível em tudo, até nas suas alterações.

Pode até mudar o nome de quem entra e de quem sai, mas a intenção tática é a mesma.

Sei que os fãs de Fernando Diniz se revoltam quando escrevo, deixando claro aquilo que tanto ele quanto seus seguidores querem esconder.

No próximo sábado (20), às 16:00, terá o clássico contra o Vasco. Se o Fluminense não conseguir uma vitória convincente, o barulho, que já existe, vai aumentar muito, porque o futebol é assim e é estranho que Fernando Diniz não entenda isso.

O título inédito da Libertadores foi no ano passado e o futebol cobra o presente. Talvez seja por esse pensamento que a seleção brasileira nem chega perto de vencer uma Copa do Mundo. Ficamos muito tempo sentados em cima dos cinco títulos.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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