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Como foi o começo de Marcelo Bielsa na seleção do Uruguai
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Dois amistosos, duas vitórias.
O Uruguai abriu a "era Marcelo Bielsa" da maneira mais tranquila possível. No Estádio Centenário, em Montevidéu, venceu Nicarágua (4 a 1 na quarta-feira passada) e Cuba (2 a 0 ontem) e mostrou que pode sim sonhar em brigar com Argentina e Brasil pelo posto de primeira seleção da América do Sul.
Além do badalado treinador argentino, de 67 anos, os uruguaios contam também com a seleção campeã mundial sub-20, conquista obtida há dez dias contra a Itália.
Básico
Bielsa adotou um simples 4-3-3 em ambos os jogos, abrindo espaço a várias novidades.
As vitórias, segundo a imprensa uruguaia, foram "sem brilho", mas é preciso contextualizar. O treinador trocou todo o time para a segunda partida (a única exceção foi o atacante Maxi Araújo). Começar um trabalho já brilhando talvez seja uma tarefa impossível até para alguém tão experimentado como Bielsa.
O time jogou da maneira como o "Loco" é conhecido: atacando e exigindo entrega máxima dos 11 jogadores.
"Um único jogador que não corre faz a diferença no futebol de hoje", comentou Maxi Araújo, autor de um dos gols de ontem (o outro foi de Facundo Torres, de pênalti).
Contra Cuba, Bielsa trocou cinco jogadores (incluindo o goleiro) ao longo da partida, experimentando o máximo possível de nomes neste seu começo de trabalho.
Joaquín Piquerez, do Palmeiras, começou a partida como titular, acertando duas bolas na trave. Bruno Méndez, zagueiro do Corinthians, jogou os 90 minutos.
A equipe demonstrou sonolência na volta do segundo tempo na noite fria uruguaia. Cuba esteve perto de empatar, e apenas por isso a vitória não pôde ser considerada fácil. O 2 a 0 surgiu a dez minutos do fim, decretando o "cessar-fogo" de ambos os lados.
Bielsa agora terá pouco mais de dois meses para seguir o seu trabalho em Montevidéu. A Celeste começa as Eliminatórias, no princípio de setembro, recebendo o Chile e visitando o Equador na primeira rodada dupla da competição para a Copa do Mundo de 2026, que será disputada no México, Canadá e Estados Unidos.
Ninguém deve esperar dele um altíssimo nível logo de cara. Bielsa é conhecido por trabalhos longos e crescentes nas seleções.
Na Argentina, comandou a equipe nacional por seis anos (1998 a 2004); no Chile, por quatro temporadas (2007 a 2011).
Querer que o seu Uruguai voe logo nas primeiras semanas não faz muito sentido. Respaldo para entrosar as gerações ele tem, basta lembrar-se do seu ouro olímpico em Atenas-2004 com a Argentina 100% de aproveitamento.
Paciência e talentos em campo. Um técnico do seu naipe não precisa de muito mais para alcançar bons resultados.
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