De Brasília à Venezuela, o futebol do Brasil desalinha às 10 da noite

Eram 22h de sexta-feira, incrivelmente o mesmo horário em que CBF e STF alinharam acordo pela validade da eleição de Ednaldo Rodrigues, em 2022, a seleção brasileira sub-20 terminava de levar a maior surra de toda a história dos confrontos Brasil x Argentina: 0 x 6!
A liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes e sobre a qual ele se abraça há quase treze meses pode até ser julgada e manter a validade da eleição. Mas deveria ser julgada.
Já o julgamento de Ednaldo Rodrigues está claro: fracasso técnico e político.
O presidente em cujo mandato a seleção brasileira não se classificou para os Jogos Olímpicos, não se classificou para o último Mundial sub-20, perdeu a hegemonia da Copa América, não se classificou para as semifinais da Copa do Mundo, caiu no Mundial Sub-20 feminino contra a Coreia do Norte.
Ramon Menezes tem culpa, mas Ednaldo praticamente escancarou sua demissão em março do ano passado, após a eliminação no pré-olímpico e é o próprio Ramon quem segue no comando do time goleado pela Argentina.
Há um ano, a CBF não conseguiu a liberação de oito convocados para a disputa da vaga olímpica. Desta vez, o Santos conseguiu a liberação de Chermont, a seleção não tem Estêvão, Lorran, Luís Guilherme Vítor Reis, porque Palmeiras e Flamengo não aceitam liberar seus jogadores para períodos de treinos.
Se não treina, não monta equipe, se não monta equipe, leva 6 x 0 da Argentina.
Trabalhar em futebol de base custa esforço técnico, econômico e político. Há doze anos, a Argentina vivia uma bagunça e ficou fora até da fase final do Sul-Americano sub-20, vencido pela Colômbia de Quintero e Jhon Córdoba. Hoje, o vexame é brasileiro.
A crise das divisões de base da seleção brasileira não é de talento. É muito mais grave.
.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.