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Bastidores da F1: erros de Sargeant aumentam lista de rivais de Drugovich

Max Verstappen venceu o GP do Japão, colocou ordem na casa após o "apagão" que a Red Bull teve no GP de Singapura e selou o conquista do sexto campeonato de construtores da equipe. A prova teve várias outras histórias, como o primeiro pódio do talentoso Oscar Piastri, da McLaren. E também o fim de semana ruim de Logan Sargeant, único piloto que ainda não foi confirmado para a temporada 2024 da Fórmula 1. E esse é uma vaga que interessa, claro, ao brasileiro Felipe Drugovich.

Sargeant não vem tendo uma boa temporada de estreia, mas a Williams reconhece que não o preparou como deveria. O norte-americano de 22 anos não passou por um programa de testes de F1 como fez Piastri ou como o próprio Drugovich vem fazendo nesta temporada em que é piloto reserva da Aston Martin.

Ele mostra sinais de que é veloz, mas não tem consistência e é errático. No Japão, vinha fazendo uma volta no mesmo ritmo do companheiro Alex Albon, que vem tendo uma temporada excelente, quando cozinhou os pneus traseiros e perdeu o carro na classificação. Ao invés de tirar um pouco o pé e aceitar que teria uma última curva ruim, ele continuou acelerando. E bateu.

Assim, teve de largar dos boxes, ainda sofreu mais uma punição por uma irregularidade na maneira como o carro foi reparado, chocou-se com Valtteri Bottas, teve mais uma punição, e acabou abandonando.

Esse compromisso da Williams com a carreira de um piloto escolhido pelo ex-chefe Jost Capito muito em função de sua nacionalidade vinha sendo apontado como um motivo forte o suficiente para que fosse dada uma segunda chance a Logan, até porque ele mostra lampejos de velocidade. Mas os erros dos últimos finais de semana - ele também bateu na corrida de Singapura - não só fizeram sua posição balançar, como também aumentaram a lista de pilotos de olho na última vaga no grid de 2024.

Principalmente depois de a AlphaTauri divulgar que terá Yuki Tsunoda ao lado de Daniel Ricciardo na equipe no ano que vem, o que significa que Liam Lawson, que está substituindo o machucado australiano de maneira muito compente, terá de voltar à reserva.

A AlphaTauri pertence à Red Bull, que tem uma incógnita para 2025: quem ocuparia o lugar de Sergio Perez, que não vem bem e cujo contrato vai até o final do ano que vem? De momento, a equipe não tem motivos para substituir o mexicano, tamanha a vantagem que só ficou evidenciada pela conquista do mundial de construtores com seis corridas para o final. Mas, no final de 2024, eles estarão pensando no futuro.

Sua prioridade é Lando Norris, mas não há garantias de que ele seria liberado de seu contrato da McLaren. Ou mesmo que gostaria de correr ao lado de Verstappen. Usar a vaga na Williams para preparar Lawson pode ser uma opção.

A questão é se a Williams quer se colocar nesse papel, o que nos leva às negociações com Felipe Drugovich, que esquentaram e esfriaram algumas vezes ao longo dos últimos meses. O brasileiro tem bom aporte financeiro e as informações sobre seu desempenho nos testes da Aston são positivas, mas a Williams quer exclusividade sobre ele. A Aston quer que ele mantenha a relação com a equipe e corra em outra categoria em 2024. Seus patrocinadores também cobram uma grande exposição das marcas, o que pode enfrentar resistência.

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A Williams mantém ainda uma relação estreita com a Mercedes, que fornece as unidades de potência, caixas de câmbio e componentes hidráulicos para o time inglês. A Mercedes tem Mick Schumacher como piloto reserva, e o alemão está correndo por fora para a vaga em Grove enquanto também avança nas negociações para correr com a Alpine no Mundial de Endurance em 2024. Ele inclusive deve fazer um teste em breve.

E há um quarto nome nessa lista. Frederik Vesti ouviu da Mercedes que teria o apoio dos alemães se conquistasse o título da F2 - ele é segundo, 25 pontos atrás de Theo Porchaire, com uma rodada dupla para o final. Mas o dinamarquês também garantiu patrocinadores, ainda que, de momento, tenha menos milhões de dólares para oferecer do que Drugovich.

Principalmente agora que tem a última vaga aberta para 2024, a Williams não tem grandes motivos para se apressar em sua decisão. Mas uma definição é esperada para outubro.

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