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Lewis Hamilton explica por que negociações com a Ferrari nunca deram certo

Torcida da Ferrari não perdoou rival Hamilton nos últimos tempos, mas time tentou contratá-lo - Charles Coates/Getty Images
Torcida da Ferrari não perdoou rival Hamilton nos últimos tempos, mas time tentou contratá-lo Imagem: Charles Coates/Getty Images

Colunista do UOL

19/11/2020 07h38

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Lewis Hamilton já deixou claro que quer continuar na Mercedes após o término de seu contrato, que vai até o final deste ano. Ele ainda precisa sentar com o chefe Toto Wolff para acertar os detalhes do que, acredita-se, será outra renovação por mais três anos com a equipe com a qual ele já tem a história de maior sucesso dos 70 anos da Fórmula 1, com seis títulos conquistados em oito temporadas.

Ao contrário de muitos de seus pares, Hamilton nunca demonstrou ter o sonho de correr pela Ferrari. Ele chegou a conversar com a equipe no final do ano passado já que, pela primeira vez, o contrato do, teoricamente, primeiro piloto ferrarista acabaria em sincronia com o seu. Foram pelo menos duas reuniões com o presidente John Elkann em 2019, mas as conversas não foram adiante.

Em entrevista para o jornal italiano Gazzetta dello Sport, Hamilton disse que "nunca esteve perto" de um acordo com a Ferrari, por motivos diferentes.

"Nós conversamos ocasionalmente, mas não fomos além de compreender quais opções estavam na mesa e ver que elas não eram as certas", explicou Hamilton. "Nossas posições nunca estiveram alinhadas."

Hamilton disse que, na maioria das vezes, seu contrato não expirava no mesmo ano do primeiro piloto ferrarista. "Acho que timing é importante e as coisas acontecem ao final de cada temporada. Nas últimas, meu contrato sempre estava expirando em anos diferentes em relação aos outros pilotos. E no final, foi o que acabou acontecendo."

De fato, os ciclos contratuais das estrelas de Maranello e de Hamilton só bateram pela primeira vez em 2020, o que explica as breves negociações de 2019. A Ferrari assinou com Fernando Alonso em 2009 por três anos, e logo em 2011 o acordo foi estendido por mais quatro temporadas, ou seja, terminaria no final de 2016. Enquanto isso, Hamilton viu seu contrato com a McLaren terminar em 2012, quando assinou por três anos com a Mercedes. Foi a primeira vez que Hamilton e Ferrari se "desencontraram".

A primeira renovação de Hamilton com a Mercedes foi em 2015, por três temporadas, um ano depois de a Ferrari rescindir com Alonso e contratar Sebastian Vettel, também em um contrato de três anos.

Isso fez, é claro, com que o período de renovação de Vettel chegasse um anos antes da renovação de Hamilton com a Mercedes. E foi aí que os dois contratos entraram em sincronia, já que o alemão assinou por mais três anos e o inglês, por dois. Isso se deu porque os próprios acordos entre as equipes e a F1 também tinham duração até o fim de 2020, antes da assinatura, em agosto, do novo Pacto da Concórdia.

Então pode haver um outro motivo para que as negociações de 2019 não tenham avançado? Hamilton deu uma dica em entrevista anterior. "Na McLaren, eu cresci muito, mas eles tinham algumas expectativas a respeito de como um piloto deve se comportar e isso contrastava com o fato de que eu sempre fui um cara que não se encaixava", afirmou o inglês.

"Antes de assinar com a Mercedes, eu disse: 'Olha, eu sou diferente dos outros. Deixem eu ser eu mesmo, experimentar as coisas, porque tenho de descobrir quem eu sou. Nesse caso, posso ajudar vocês a fazerem com que a marca cresça no mundo, para o pessoal mais jovem, de uma maneira melhor'. E foi isso que aconteceu."