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Contrato de Hamilton pode sair após fim da temporada. Mas por que a demora?

Lewis Hamilton e Toto Wolff conquistaram seis títulos de pilotos e sete de construtores juntos - Steve Etherington/F1 Pool
Lewis Hamilton e Toto Wolff conquistaram seis títulos de pilotos e sete de construtores juntos Imagem: Steve Etherington/F1 Pool

Colunista do UOL

17/11/2020 04h00

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Depois que Lewis Hamilton e a Mercedes selaram, nas duas últimas corridas, seus respectivos heptacampeonatos de pilotos e equipes, a pergunta que fica em aberto é quando o inglês e seu chefe, Toto Wolff, vão sentar para discutir o futuro. Afinal, Hamilton não tem contrato para o ano que vem. E o austríaco também não.

Ambos deixaram claro durante o último final de semana que querem permanecer. Hamilton tinha colocado seu futuro em aberto após vencer o GP da Emilia Romagna, no começo do mês, mas mudou o tom depois de conquistar o sétimo título com uma vitória histórica na Turquia. "Eu quero muito ficar", disse Hamilton, com todas as letras.

Mas Wolff não espera que a situação seja resolvida rapidamente, e nem acredita que há motivos para apressar as negociações. "Acho que o mais possível é que [negociemos] mais para o final do ano. Não que não daríamos um jeito de ter tempo de falar, mas não quero nos colocar sob pressão e dizer que isso vai acontecer antes do Bahrein ou até Abu Dhabi", disse o austríaco, referindo-se às etapas que fecham o campeonato e que são em finais de semana seguidos (duas provas no Bahrein e uma em Abu Dhabi, começando no fim do mês). "Não há pressão nenhuma. Quando estiver feito, estará."

Hamilton disse que até gosta de demorar para assinar seus contratos e "apostar" em si mesmo. "Naturalmente, há dias em que você pensa 'e se eu começar a cometer erros? Será que meu valor vai diminuir? Será que não terei tanto poder de barganha? Sei que há cenários na vida em que você pensa 'vou assinar bem rápido' para garantir seu futuro e, para mim, eu apostei em mim."

Há dúvidas se essa versão de Hamilton conta toda a história do que está por trás desta demora. Ele já destacou várias vezes a relação de confiança que tem com Wolff, que comanda a Mercedes desde que ele chegou, em 2013, então entender qual o nível de envolvimento do austríaco com o projeto e por quanto tempo é importante, assim como chegar a um acordo financeiro e forçar por mudanças mais práticas para garantir a inclusão, uma das bandeiras principais de Hamilton.

O piloto não estaria pleiteando um aumento no seu salário de 40 milhões de libras anuais, perto de 290 milhões de reais, mas estaria indeciso sobre a duração do novo acordo, que seria de dois ou três anos. E um dos motivos para isso é a direção que a Mercedes vai tomar com uma atuação menos presente de Wolff. O austríaco já deixou claro que está buscando seu sucessor e, no último final de semana, disse que "talvez" tenha encontrado essa pessoa. Sua ideia é ocupar uma posição semelhante à que Niki Lauda tinha na equipe, sem a necessidade de estar presente em todas as provas, a fim de ter mais tempo para seus outros negócios.

Assinando por três anos, Hamilton teria mais uma temporada com o regulamento semelhante ao de 2020 antes de uma mudança bastante significativa em 2021, que pode chacoalhar a relação de forças entre as equipes e acabar com o domínio da Mercedes. Antes da outra grande mudança, em 2014, ele tomou a decisão correta de trocar a McLaren pela Mercedes. Agora, não é a ida para outro time que está em jogo, mas o quanto apostar no futuro do time em que conquistou seis de seus sete títulos.