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Com Nico Hulkenberg confirmado na Audi, o que isso quer dizer para Sainz?

A Sauber confirmou nesta sexta-feira a chegada do alemão Nico Hulkenberg em um contrato plurianual começando em 2025. Há meses, o experiente piloto era dado como opção certa para a Audi, que está assumindo o controle da equipe e passará a batizá-la a partir de 2026.

A entrada da Audi na Fórmula 1 está relacionada a um novo regulamento que a categoria adotará justamente a partir de 2026, com um novo motor mais ecológico, com metade da potência vinda da recuperação de energia e outra metade de um motor a combustão movido a biocombustível.

A escolha faz sentido tanto pela experiência que o piloto de 36 traz, com passagens por times equipados com motores Mercedes (Force India/Racing Point/Aston Martin, como reserva), Renault (no time de fábrica) e Ferrari (Haas), quanto pelas performances que ele vem tendo nestas últimas temporadas correndo pelo time norte-americano.

Ano passado, o carro da Haas era muito inferior e era difícil para Hulkenberg mostrar serviço, mas neste ano, em cinco provas disputadas, ele pontuou em três delas, basicamente aproveitando todas as oportunidades que teve para chegar no top 10.

Também pesou o fato de Hulkenberg ter vencido as 24h de Le Mans em 2015 pela Porsche, quando trabalhou com Andreas Seidl. O alemão, ex-chefe da McLaren, está à frente do projeto da Audi.

Mas Hulkenberg não chega à Audi para ser primeiro piloto. O time está focado desde o ano passado em tentar contratar Carlos Sainz. O espanhol queria primeiro renovar com a Ferrari para 2025 a fim de ter mais tempo para se decidir, mas a ida de Lewis Hamilton para o time italiano o obrigou a mudar os planos.

Agora, Sainz tem uma escolha difícil e que ficou ainda mais complicada com a situação atual da Red Bull. O espanhol também interessa ao time que está dominando a F1 atualmente. Porém, não há garantias de que este domínio vá continuar com o novo regulamento, até porque a Red Bull está, pela primeira vez, fazendo o próprio motor, com apoio da Ford.

Por outro lado, a Audi, apesar de ser uma montadora, também é uma incógnita, tanto em relação ao motor, já que eles não têm experiência recente na F1, quanto em relação ao carro, já que está claro que a Sauber precisa de muito investimento para lutar entre os grandes.

A Audi está fazendo esse investimento, mas é impossível dizer quanto tempo vai levar para que eles subam de nível, ao mesmo tempo em que é impossível saber como estará a Red Bull com o novo regulamento.

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E agora há um novo elemento dentro de tudo isso. O projetista-chefe da Red Bull, Adrian Newey, disse internamente que quer sair da equipe. O contrato dele vai até o final de 2025 e faz sentido imaginar que o time vai tentar de tudo para dificultar uma saída antes disso. Mas, para o mercado de pilotos, isso libera Max Verstappen para negociar com outras equipes. E uma vaga de primeiro piloto na Red Bull seria bem mais interessante para Sainz.

A questão é quanto tempo ele tem para esperar qualquer movimento no time que está dominando a F1.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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