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Novo formato da sprint tem mais a cara do alto nível da Fórmula 1

A Fórmula 1 estreia neste final de semana na China sua terceira tentativa de formato para a sprint, e pela primeira vez há um consenso no paddock sobre o modo de disputa especial, que é adotado seis vezes na temporada jogar um pouco mais de tempero no fim de semana: as mudanças feitas para 2024 fazem sentido para uma categoria de alto nível de complexidade com a F1.

Foram mudanças simples: agora, toda a parte da sprint é feita primeiro (com classificação na sexta e a corrida curta no início do sábado). Entre a sprint e a classificação para a corrida, agora é permitido fazer mudanças na configuração dos carros. E esse é o ponto celebrado pelos pilotos.

"Isso aqui é Fórmula 1, não é simplesmente sentar no carro e dar uma jeito para pilotar

Não que o formato seja simples. F1 é trabalhar com os engenheiros o acerto fino, os detalhes", defendeu Esteban Ocon, que pela primeira vez no ano viu as duas Alpine chegarem à segunda parte da classificação que definiu o grid para o GP do domingo, com largada às 4h da madrugada.

Com ou sem sprint, Versappen permanece na frente

O que também ficou claro com todos os experimentos da sprint é que, seja qual for o formato, se há um conjunto superior como Max Verstappen e a Red Bull têm sido nos últimos anos, ele vai prevalecer. Neste sábado, o holandês teve um ritmo mais de 0s7 por volta superior aos rivais na sprint, que venceu após largar em quarto, passando Fernando Alonso e Lewis Hamilton na pista, e também conquistou a pole com tranquilidade.

Verstappen largou em quarto por conta de uma classificação disputada sob chuva. Ela, sim, é capaz de misturar mais o grid do que qualquer formato.

Seu companheiro, Sergio Perez, vai largar em segundo, indicando que talvez esse novo formato premie ainda mais que tem tudo sob controle, como lembrou Alex Albon. "O que é interessante é que você tem três horas para mudar o carro e tem muitas coisas que não dá para você fazer. Mas, dependendo da equipe, algumas coisas podem levar menos tempo para fazer do que para outros. Então se tornou bem importante agora entender seu carro e como fazer essas mudanças rapidamente."

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Isso, também, é um desafio de engenharia, algo que está no DNA da F1.

"Um sábado frenético", disse Sainz

E há o desafio para os pilotos também, como testemunharam Daniel Ricciardo e Carlos Sainz. Ambos disseram que não foi simples trocar a mentalidade da corrida sprint, quando andam bem mais lentos, para a classificação logo depois. "Eu gostei de acordar e logo fazer uma corrida. É claro que é complicado ajustar o ritmo para a classificação depois, porque você anda uns 7s mais lento na corrida. É um desafio, mas o fim de semana tem sido divertido."

Dentro de todos esses desafios, vimos casos de pilotos que aproveitaram bem as mudanças da sprint. Sergio Perez já saiu do terceiro lugar da sprint dizendo que sabia o que tinha de mudar no carro para a pista. Verstappen, mesmo tendo vencido a sprint, também disse que a corrida curta tinha "dado algumas ideias sobre o carro, que ficou ainda melhor."

Um piloto que tem se destacado em todas as sessões é Fernando Alonso, que conseguiu se manter em terceiro na sprint até seus pneus acabarem no final e também foi terceiro no grid. O desgaste de pneus tem mesmo sido o calcanhar-de-Aquiles da Aston Martin, e é algo em que ele trabalhou para que o mesmo não aconteça na corrida deste domingo.

No caso de Lewis Hamilton, o novo formato da sprint não ajudou. Segundo no grid da sprint e na corrida curta, ele disse que tinha "aprendido muitas coisas sobre o carro" durante a corrida curta, e com base nisso tentou fazer mudanças grandes para testar na classificação. E não deu certo. O carro saiu da sua janela de funcionamento e ele agora vai com essas decisões tomadas e sem poder mexer no carro para a corrida, largando em 18º.

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Esse é outro ponto positivo dessa nova sprint: com essas mudanças de configuração entre a sprint e a corrida, podemos ver mais flutuações de desempenhos entre as equipes. No formato passado, a sprint era simplesmente uma prévia da corrida, com as equipes muitas vezes ficando de mãos atadas. Agora, não estão mais.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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