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Olhar Olímpico

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Nova geração do vôlei do Brasil convence e está na final da Liga das Nações

Seleção feminina de vôlei na semifinal da Liga das Nações - Divulgação/FIVB
Seleção feminina de vôlei na semifinal da Liga das Nações Imagem: Divulgação/FIVB

16/07/2022 10h57

A jovem seleção brasileira feminina de vôlei está na final da Liga das Nações de Vôlei. Comandada pelas excelentes Kisy e Julia Bergmann, o Brasil superou um início difícil, controlou os nervos, venceu a Sérvia de virada por 3 sets a 1 em Ancara (Turquia), com parciais de 15/25, 25/18, 26/24 e 25/19, e avançou para decidir a medalha de ouro amanhã. Talvez nem o mais otimista dos torcedores imaginasse um início tão empolgante dessa nova geração.

Mesmo com a Sérvia sacando nela o tempo todo, Julia Bergmann foi o principal escape do ataque brasileiro, somando 17 pontos. Kisy também esteve muito bem, e foi a melhor pontuadora do time, com 19. Gabi cresceu no fim, dando um show no ataque, e terminando com 15 pontos. Já Carol, melhor bloqueadora do mundo, fez 13, sendo seis só de bloqueio.

O outro finalista será definido no duelo entre Turquia e Itália, que se enfrentam às 12h30 pelo horário de Brasília, no mesmo ginásio em Ancara. A decisão acontece amanhã, também às 12h30, com a disputa de bronze às 9h. Independente de quem for o campeão, será um título inédito considerando que a Liga das Nações, herdeira do Grand Prix, só foi vencida pelos EUA até hoje.

Desde que o torneio começou a ter formato com semifinal e final, em 2016, ainda como Grand Prix, esta é a sexta vez seguida que o Brasil atinge a semi, e a quinta que passa por esta etapa. O time foi vice-campeão em 2019 e 2021, nas últimas duas edições, e campeão em 2016 e 2017.

A semifinal começou com a Sérvia alugando um apartamento na cabeça das brasileiras. Sacando quase o tempo todo em Julia Bergmann, jogadora universitária estreante em um jogo deste porte, as sérvias tiraram a confiança do time do Brasil. Nada dava certo, e a impressão era que as europeias jogavam contra uma equipe juvenil. A parcial de 25/14 ficou até barato.

O segundo set começou na mesma toada, até a Sérvia abrir 10 a 8. Outro treinador talvez tivesse trocado Julia Bergmann por exemplo por Pri Daroit, mais experiente. Mas Zé Roberto confiou em suas garotas e foi recompensado. Carol passou muito bem pelo saque, Julia Bergmann e Kisy entraram no jogo, e o Brasil virou para fechar em 25/18,

O terceiro set foi emoção pura. Um spoiler: quando ele terminou com vitória do Brasil, Zé Roberto saiu pulando e dando socos no ar. Porque a parcial começou com a Sérvia muito melhor, chegando a abrir seis pontos em 14 a 8. Muito bem em toda a Liga das Nações, Natinha deixava espaço na defesa e errava na recepção. O treinador tirou ela e colocou em quadra Nyeme, que entrou melhor e ajudou o Brasil a colar no placar.

Nos lance finais do set, um show de ataque e bloqueio dos dois lados, especialmente com Julia Bergmann, que marcou os últimos dois pontos do Brasil, o último deles de contra-ataque, depois de levantamento de Nyeme.

Até então menos acionada no ataque do que Kisy e Julia Bergmann, Gabi sobrou no quarto set. Encontrou espaços na defesa da Sérvia, variando os ataques, e foi o grande nome da parcial que fechou o jogo para o Brasil.