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Skate não atende pedido do COI e mantém Olimpíadas sem limite de idade

Sky Brown e Rayssa Leal - Reprodução/Twitter
Sky Brown e Rayssa Leal Imagem: Reprodução/Twitter

29/04/2022 11h17

Diferente do que foi publicado mais cedo pelo Olhar Olímpico, o skate não atendeu recomendação do Comitê Olímpico Internacional (COI) e não impôs limite de idade para as Olimpíadas de Paris. No site oficial do movimento olímpico, o COI incluiu para download um documento com os critérios de classificação e elegibilidade do skate.

Abrindo esse documento, apareciam critérios que tirariam Rayssa Leal de Paris, mas na escalada velocidade. Isso porque o COI até tornou públicos, enfim, os critérios do skate, mas em um link escondido no seu site. O documento acessado pela coluna e por outras pessoas como sendo do skate era, na verdade, o da escalada. A coluna e o repórter pedem desculpas pelo erro.

O skate continua não tendo limite de idade nos Jogos Olímpicos, como historicamente não tem em eventos profissionais. Entre o que faz parte da cultura da modalidade e o pedido expresso do COI para que não hajam crianças participando dos Jogos Olímpicos, acabou prevalecendo a primeira opção. O fato de o documento estar no site do COI, ainda que escondido, indica que o comitê concordou com esses critérios, que já são oficiais.

Quase todas as outras modalidades impuseram limites, de acordo com suas características. No wrestling, por exemplo, um atleta precisa ter 18 anos para ir à Olimpíada. O vôlei está entre as exceções, porque jogadores com menos de 16 anos raramente conseguem se destacar na elite.

No skate, além de ter sido mantida a falta de limite de idade, segue valendo a regra que permite até três atletas por país, que caiu em outras modalidades como o mountain bike, que teve pódio completo de suíças em Tóquio. Não chegou a acontecer o mesmo no skate, mas ficou claro no Japão que alguns poucos países dominam a modalidade.

Para o Brasil, isso é bom, porque no street feminino o país tem Rayssa Leal (campeã dos X-Games, Pâmela Rosa (bicampeã mundial), Letícia Bufoni, Gabriela Mazetto e Virginia Fortes Águas entre as melhores do mundo. A seleção entre eles será pelo ranking mundial, como foi no ciclo para Tóquio. Pelos critérios anunciados pela federação internacional, a vaga é nominal.

Ou seja: se o Brasil pegar três vagas em Paris no street feminino, por exemplo, elas vão obrigatoriamente para as três melhores brasileiras no ranking. Não é necessariamente assim em outras modalidades, como o judô, em que todos os atletas dentro da zona de classificação podem ser escolhidos para ficar com a vaga do país.