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Olhar Olímpico

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Ex-interventor da CBB é condenado a prisão por fraudes no basquete espanhol

José Luis Sáez, ex-presidente da Federação Espanhola de Basquete - Divulgação/FEB
José Luis Sáez, ex-presidente da Federação Espanhola de Basquete Imagem: Divulgação/FEB

12/01/2022 12h48

Apontado pela Federação Internacional de Basquete (Fiba) para ser o responsável por moralizar a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) em meio as denúncias de má gestão, o espanhol José Luis Sáez foi condenado à prisão em seu país por desviar verbas da Federação Espanhola de Basquete (FEB) entre 2004 e 2016, pagando despesas pessoais com dinheiro da entidade.

Sáez, interlocutor entre uma força-terefa da Fiba e a CBB por quase um ano, entre 2016 e 2017, não chegou a dar as cartas na confederação brasileira, como queria a entidade internacional. A CBB foi suspensa pela Fiba em novembro de 2016, sob o argumento de que havia uma "falta de controle total" da confederação sobre o basquete no Brasil.

Na época, o presidente da CBB era Carlos Nunes. Em março de 2017, Guy Peixoto foi eleito para substituí-lo e se recusou a assinar uma carta concordando com a intervenção, revogada em agosto daquele ano, depois de a entidade internacional e a brasileira entrarem em acordo.

Quando foi escolhido para ser os olhos da Fiba no Brasil, Sáez já era acusado de corrupção na Espanha, como contou o UOL Esporte na época. Em 2015, quando as primeiras denúncias surgiram, descobertas por uma auditoria do equivalente ao ministério do esporte da Espanha, ele renunciou ao cargo de presidente da federação espanhola, alegando problemas de saúde.

Ele chegou a devolver aos cofres da confederação 63 mil euros usados de maneira irregular para gastos com familiares, mas foi mantido entre os principais dirigentes da Fiba, com cadeira no comitê executivo. Sob seu mandato, a seleção masculina da Espanha foi campeã mundial, ganhou duas medalhas de prata em Olimpíadas e faturou três títulos europeus.

Depois de mais de cinco anos de processo, na segunda (10), um tribunal em Madri homologou o acordo que Sáez fez a promotoria anticorrupção da Espanha para cumprir uma pena de um ano em regime fechado, além de uma multa, pela prática de crime contínuo de apropriação indébita.