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Olhar Olímpico

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Com mais um classificado, seleção olímpica da natação segue 100% masculina

Atletas se preparam para entrar na água na seletiva olímpica da natação - Satiro Sodré/SSPress/CBDA
Atletas se preparam para entrar na água na seletiva olímpica da natação Imagem: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

21/04/2021 20h00

Após três dias de seletiva, a natação brasileira segue tendo apenas homens classificados para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Hoje (21) foi a vez de Leonardo de Deus assegurar um lugar no time que vai ao Japão, depois de fazer índice nos 200m borboleta, ainda que nadando longe do seu melhor. Guilherme Costa, que já estava classificado pelos 400m livre, fez índice também nos 800m. Ele ainda buscará lugar nos 1.500m e nas águas a abertas, disputando o Pré-Olímpico Mundial em Portugal.

Por enquanto são oito atletas classificados para Tóquio, e um qualificado (Bruno Fratus, que fez o índice nadando uma seletiva a parte nos Estados Unidos), todos homens. Guilherme Guido e Guilherme Basseto fizeram índice nos 100m costas, Felipe Lima nos 100m peito, Costa nos 400m e nos 800m, Fernando Scheffer e Breno Correia nos 200m livre e Luiz Altamir e Murilo Sartori completando o revezamento 4x200m livre.

Enquanto isso, nenhuma mulher alcançou a marca mínima exigida pela federação internacional. Hoje Nathalia de Almeida venceu os 200m medley com 2min13s25, melhorando sua melhor marca da carreira em quase 2 segundos, mas o índice era 2min12s56. Mesma coisa nos 200m livre, com vitória de Aline Rodrigues. Vale lembrar que, no ano passado, CBDA e COB enviaram diversos nadadores para um estágio na Europa, mas o grupo não só teve duas convocadas, e embarcou com uma só.

A boa notícia de hoje para as mulheres é que três nadadoras completaram os 200m livre na casa de 1min59s - Aline, Nathalia e Larissa Oliveira -, e isso dá boas perspectivas para a tomada de tempo do 4x200m livre que será realizada amanhã (22). Gabrielle Roncatto fecha a equipe. São quatro vagas em jogo pelo ranking mundial, tirando os 12 países classificados pelo Mundial de 2019, e o Brasil tem boas chances de pegar uma das quatro.

Com a decisão da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) de manter a regra da seletiva única, realizada em uma piscina a céu aberto, os nadadores têm reclamado de entrar na água pressionados por uma única chance de fazer índice, independente da condição climática, e em uma temporada notadamente atípica. Hoje, por exemplo, estava garoando antes da etapa. Na segunda choveu durante parte das provas.

Assim, os resultados continuam longe do potencial da natação brasileira. Nos 800m livre, só Guilherme Costa fez índice, nadando a prova em 7min50s41, falhando na tentativa de baixar de novo o seu recorde sul-americano — ficou a três segundos. Miguel Valente e Diogo Villarinho nadaram cinco segundos acima do índice.

Nos 200m borboleta, Leo de Deus, que passou dois meses no Rio de Janeiro treinando na piscina do Maria Lenk, longe do filho de oito meses, alcançou o índice com 1min56s01 para sua terceira Olimpíada. Luiz Altamir, que tinha boas perspectivas para a prova, terminou três segundos acima.

Amanhã a seletiva continua com 1.500m livre feminino, 100m livre masculino, 200m borboleta feminino e 200m peito masculino, além da tomada de tempo do 4x200m livre feminino. Como o Brasil já está classificado no 4x100 livre masculino, nesta prova estarão em jogo quatro vagas olímpicas.

Principal esperança nas provas de fundo, Viviane Jungblut está fora dessa seletiva, porque pegou covid recentemente. Ela terá oportunidade de fazer índice em uma segunda chamada em 12 de junho. Existe um lobby para que essa janela valha também para quem falhou em conseguir vaga nesta semana, mas por enquanto a CBDA pretende manter as regras previamente definidas.