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Olhar Olímpico

Maior atleta paraolímpico do país, Daniel Dias vai se aposentar após Tóquio

Daniel Dias exibe a medalha de bronze conquistada nos 50m borboleta da Paraolimpíada-2016 - SERGIO MORAES/Reuters
Daniel Dias exibe a medalha de bronze conquistada nos 50m borboleta da Paraolimpíada-2016 Imagem: SERGIO MORAES/Reuters

12/01/2021 12h39

Dono de 24 medalhas nos Jogos Paraolímpicos, um recorde entre nadadores de todo o mundo, Daniel Dias anunciou hoje (12) que vai se aposentar como atleta depois da Paraolimpíada de Tóquio, este ano. Aos 32 anos, o brasileiro, maior nome da história do esporte paraolímpcio no Brasil (ao menos em número de conquistas), ainda vai buscar mais cinco medalhas no Japão, entre o final de agosto e o começo de setembro.

"Esta decisão já está tomada há um tempo, eu já venho traçando objetivos e o plano de anunciar a aposentadoria. Sou muito grato pela natação. Eu jamais imaginei que eu chegaria aonde cheguei. Se eu fosse escrever, lá quando eu comecei há 16 anos atrás, tudo que eu conquistei, eu jamais eu iria conseguir escrever isso, colocar nas palavras se eu fosse ler esta carta hoje, não seria tão perfeito como foi." disse o nadador.

"A vida do atleta é feita de ciclos, fases, e por isso eu decidi parar, resolvi dar o adeus à piscina porque eu vejo que a minha contribuição com a natação paraolímpica já foi excepcional. Foi além do que eu esperava. E hoje eu vejo que eu posso continuar na natação de outra maneira, fazendo outras coisas e ajudando ainda mais a fazer a natação a ser uma referência no país e no mundo", afirmou.

Daniel Dias ganhou 24 medalhas nos Jogos Paraolímpicos, sendo 24 de ouro, 33 em Jogos Parapan-Americanos, todas elas de campeão, e outras 40 em Campeonatos Mundiais, das quais 31 são de ouro. No total, são 97 medalhas em grandes competições, número que chega a 100 se forem computados também os três Laureus, o "Oscar do Esporte", como melhor atleta paraolímpico em três anos.

Todos os três maiores medalhistas paraolímpicos do Brasil são da natação. Daniel Dias lidera essa lista e vai se aposentar após Tóquio. André Brasil, que tem 14 medalhas, vive uma aposentadoria forçada — em 2019 ele foi reclassificado como inelegível para as provas que costumava nadar. Já Clodoaldo Silva, que também tem 14 medalhas, parou após os Jogos Rio-2016.