Topo

Olhar Olímpico

Piloto Bia Figueiredo é envolvida em denúncias de desvios e vê marido preso

A piloto Bia Figueiredo durante as 500 Milhas de Kart da Granja Viana, em 2017 - Greg Salibian/Folhapress
A piloto Bia Figueiredo durante as 500 Milhas de Kart da Granja Viana, em 2017 Imagem: Greg Salibian/Folhapress

25/06/2020 22h17

A piloto Bia Figueiredo, atualmente afastada da Stock Car em reta final de gravidez, foi envolvida em um escândalo de corrupção relacionado à saúde do Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira (25), o sogro e o marido dela foram presos no Rio de Janeiro durante a operação Pagão, solicitada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC).

De acordo com a denúncia do MPRJ, o governo do Estado do Rio empenhou R$ 649 milhões para o Instituto dos Lagos Rio gerir unidades de saúde, mas "parte substancial dos valores" foi desviada. A organização social (OS), segundo o MP, não estava apta para assinar contratos de gestão com o Estado, mas forjou sua capacitação técnica com atestados técnicos falsos.

Preso nesta quinta, Juracy Batista de Souza Filho comandava a OS e, segundo o MP, "ocupou papel central no esquema de desvio de recursos públicos, dirigindo e coordenando a atividade dos demais". Ele é sogro de Bia Figueiredo. O marido dela, Fabio Figueiredo Andrade de Souza, também foi preso, junto outros ex-dirigentes do Instituto dos Lagos Rio e o concunhado José Marcus Andrade.

Bia Figueiredo também aparece na denúncia, de acordo com reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, que reproduziu parte do inquérito do MP. O documento mostra que a BTRÊS Produção e Promoção de Eventos Esportivos e Culturais foi fundada pela piloto em 2012 quando Bia (Ana Beatriz Caselato Gomes) era então namorada de Fábio.

Fundada dez dias antes, outra empresa, a F71 Serviços depositou R$ 400 mil na conta da BTRÊS em agosto de 2013. Depois, entre agosto de 2015 e janeiro de 2016, repassou outro R$ 1,176 milhão, em depósitos de R$ 196 mil. Para o MP, trata-se de lavagem do dinheiro desviado da OS.

Sempre de acordo com o MP, a empresa de Bia não tem funcionários, fica no endereço residencial da piloto em Taboão da Serra (SP) e detém capital social de apenas R$ 1 mil. "Trata-se de artifício criado para camuflar a saída de valores e permitir o aproveitamento dos recursos, revestindo a operação do verniz de legalidade", diz o documento exibido pelo jornal.

Bia correu em diversas categorias de monopostos até que, em 2008, estreou na Indy Light. Dois anos depois, correu quatro provas na Indy. Em 2011, fez temporada completa na Indy, mas depois perdeu espaço. No ano de 2013, citado na investigação, ela participou apenas das 500 Milhas. Ela chegou à Stock no ano seguinte, permanecendo até agora na categoria. Depois dos fatos desta quinta, a piloto saiu das redes sociais.

Ao JN, a secretaria de saúde disse que está revisando os contratos com a ONG. O instituto disse que não vai se pronunciar. Ainda ao jornal, Bia afirmou que não tem detalhes do processo, que ficou sabendo dos fatos pela imprensa e não se envolve com os negócios da família. A piloto ressaltou que está focada na saúde dela e do bebê.

Logo depois da exibição da reportagem na TV, a Ipiranga anunciou que suspendeu o contrato de patrocínio da piloto "até que os fatos sejam esclarecidos". A empresa de postos de combustível sempre esteve por trás da carreira de Bia, bancando, por exemplo, sua carreira na Indy.