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Olhar Olímpico

Judô suspende torneios por 2 meses e Sarah deve ficar fora da Olimpíada

Sarah Menezes no Fla -
Sarah Menezes no Fla

09/03/2020 19h42

Medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres, Sarah Menezes deve ficar fora da Olimpíada de Tóquio - caso a competição seja realizada, o que começa a ser colocado em dúvida. Nesta segunda-feira (9), a Federação Internacional de Judô (IJF) anunciou a suspensão de todos os principais torneios internacionais válidos para o ranking olímpico até 30 de abril. Caso sejam mantidos os critérios de classificação, Sarah não tem mais como somar pontos para se classificar aos Jogos.

Já era começo de noite em São Paulo quando a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) recebeu um alerta de que não era para ninguém viajar para Ecaterimburgo (Rússia), onde um Grand Slam seria disputado no final de semana. Atletas da Sogipa, por exemplo, já haviam viajado de Porto Alegre para São Paulo e aguardavam no aeroporto de Guarulhos. David Moura estava dentro do avião, saindo de Cuiabá, quando recebeu ligação para abortar a viagem.

Mas a IJF foi além e também cancelou os Grand Prix de Tbilisi (Geórgia) e Antalya (Turquia), as próximas duas etapas do circuito mundial que valeriam pontos para o ranking olímpico, alegando proteger a família do judô do novo coranavírus. Na semana passada, a entidade já havia sido obrigada a cancelar o Grand Prix de Rabat, no Marrocos, depois que o país africano proibiu competições internacionais.

Se as regras não forem excepcionalmente mudadas, os atletas passam a ter somente três chances expressivas de somar pontos para o ranking olímpico: os campeonatos continentais (o Pan-Americano é entre 17 e 19 de abril no Canadá), o Masters (em Doha, no final de maio) e um Grand Slam em Baku, no Azerbaijão. De resto, só competições regionais, que oferecem pontuação quase irrelevante.

Apenas a número 32 do ranking mundial na categoria até 52 quilos, depois de subir, descer e subir de novo de peso no ciclo olímpico, Sarah Menezes é só a terceira brasileira da lista, atrás de Larissa Pimenta (oitava) e Eleudis Valentim (29ª). O Pan só aceita inscrição de duas atletas do mesmo país por categoria, o que deixa a piauiense fora desse torneio. Depois, também do Masters, que tem o mesmo critério. Nem o ouro em Doha seria suficiente para que ela sequer encostasse em Pimenta no ranking - as duas são separadas por mais de 2 mil pontos.

O cancelamento desses três torneios também atrapalha os planos da CBJ de tentar classificar novos atletas nas categorias leve (até 57kg no feminino, até 73kg no masculino). Entre as mulheres, Rafaela Silva tem pontuação mais do que suficiente, mas está suspensa por doping. Se não reverter a decisão, o Brasil não pode substituí-la a não ser que alguém some pontos para entrar na zona de classificação. Ketelyn Nascimento precisa de mil pontos para isso. Já entre os homens, depois de vários teses que deram pouco resultado, a CBJ aposta em Charles Chibana, que subiu de peso há menos de um mês e ia pra o tudo ou nada.