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Julio Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Real Madrid repete feito de 32 anos atrás. O que explica tal domínio?

30/04/2022 13h10

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Já se sabia desde dezembro que o Real Madrid seria campeão espanhol da temporada 21/22, recuperando o trono perdido para o Atlético no ano passado. O que não se imaginava, principalmente antes de o campeonato começar, é que seria tão fácil e com tanta antecedência.

Com os 4 a 0 sobre o Espanyol neste sábado (dois gols de Rodrygo, assistência de Marcelo e um de Benzema), o Real Madrid sacramentou o título de La Liga com quatro rodadas de antecipação. Um feito que não era realizado pelo clube desde a temporada 89/90 e que nunca havia acontecido na era dos três pontos por vitória. Agora, o Real chega a 35 títulos nacionais contra 26 do Barcelona.

O que explica um domínio tão grande? Como sempre, vários fatores. O Real Madrid tem os méritos de ter buscado a estabilidade emocional de Carlo Ancelotti, em vez de "inventar" após a saída de Zidane, e de ter confiado no elenco à disposição. Uma mistura de jovens e veteranos de garantia. Passou a pandemia sem loucuras e guardou o investimento para a reforma do Santiago Bernabéu e para Mbappé.

Onde as coisas deram mais certo do que o planejado? Na ausência de lesões importantes, apesar de Ancelotti ter rodado pouco o time na primeira metade da temporada. E no nível estratosférico demonstrado por Benzema e Vinícius Jr. Benzema é um grande jogador há muito tempo, mas ele elevou a nível Bola de Ouro - isso nunca tinha acontecido. E Vini Jr teve a grande explosão da carreira (até agora) neste ano, mudou o status de prospecto a realidade.

Tem mais um fator, lógico: a deprimente temporada da concorrência. O Atlético, vigente campeão, começou o ano como favorito ao título, talvez pela primeira vez na sua história. Mas não fez por merecer a alcunha, nunca ocupou a ponta da tabela e deixou o Real abrir vantagem desde o início. E o Barcelona vive a transição, começou a temporada "descobrindo" que Messi não ficaria e que estava falido, demitiu Koeman, demorou, mas apostou em Xavi, trouxe jogadores discutíveis na janela de inverno e teve poucos altos, se comparados aos muitos baixos.

O grande "alto" do Barcelona foi o "baixo" do Real Madrid, a goleada de 4 a 0 que é a única mácula da campanha branca em La Liga. Um resultado que fica para o esquecimento da torcida mais campeã do planeta.

Um detalhe da festa deste sábado: o Real entrou em campo só com três titulares (Casemiro, Modric e Courtois), alguns outros entraram no segundo tempo. Ninguém se machucou e time devidamente poupado para o confronto de quarta, contra o Manchester City. A festa perfeita.