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Julio Gomes

Histórico 6 a 1 do Barcelona no PSG, em 2017, levou Neymar a Paris

Março de 2017: o Barcelona, classificado às quartas, comemorando a virada histórica, e o PSG, envergonhado, deixando o gramado - AP Photo/Emilio Morenatti
Março de 2017: o Barcelona, classificado às quartas, comemorando a virada histórica, e o PSG, envergonhado, deixando o gramado Imagem: AP Photo/Emilio Morenatti

15/12/2020 04h00

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O grande jogo de Neymar com a camisa do Barcelona. O jogo em que Nasser Al-Khelaifi, o representante do governo do Catar que preside o PSG, saiu das tribunas do Camp Nou decidido a fazer o que fosse preciso para trazer o brasileiro para Paris.

No dia 8 de março de 2017, o Barcelona vencia o PSG por 6 a 1, revertendo uma goleada por 4 a 0 sofrida na partida de ida e se classificando para as quartas de final da Liga dos Campeões da Europa - já era o fim do ciclo de Luís Enrique no comando técnico, e o Barça cairia na fase seguinte. Os dois clubes voltarão a se enfrentar pelas oitavas da Champions em fevereiro, foi o que definiu ontem o sorteio da Uefa.

Imediatamente, o Barça postou nas redes sociais uma foto daquela noite épica. Mas, desta vez, Neymar está do outro lado. Não serão mais Neymar e Messi contra a rapa, e, sim, Neymar contra Messi.

Em 2017, Neymar já estava em sua quarta temporada no Barça e havia sido um dos destaques da campanha perfeita de 14/15, a do último título europeu de Messi e do clube catalão. Ele havia feito muitos bons jogos pelo Barcelona, mas nenhum foi como aquele 6 a 1. O brasileiro botou a bola embaixo do braço, bateu até pênalti e foi o grande craque da "remontada"- que contou, é sempre bom lembrar, com decisões do árbitro alemão Deniz Aytekin que nem de polêmicas podemos chamar, pois foram absurdamente favoráveis ao Barça.

Messi teve pouco - ou nada - a ver com aquela remontada. Neymar fez dois gols, sofreu um pênalti (cobrado pelo argentino) e deu o passe para o sexto gol, de Sergi Roberto, nos acréscimos. Ainda assim, nas capas dos jornais catalães do dia seguinte, era Messi quem estava. Naquele momento, dizem pessoas próximas, foi selada a saída de Neymar. Ele entendeu que, enquanto vivesse ao lado de Messi no Barcelona, nunca seria o cara, nunca seria o protagonista. Ele podia fazer chover, como quase fez nos 6 a 1, que nunca seria visto como o número um dentro do clube - menos ainda nas disputas por prêmios individuais.

Alguns meses depois, o PSG pagaria a famosa cláusula de 222 milhões de euros, tirando Neymar do Barcelona. No ano passado, o brasileiro tentou de todas as maneiras voltar para o clube catalão, mas não conseguiu. Agora, ele trata da renovação de contrato com o Paris (que acaba em 2022) e tenta, de quebra, levar Messi para jogar junto com ele - o argentino pode assinar pré-contrato com qualquer clube a partir de janeiro.

Messi pode estar ao lado de Neymar e contra o Barcelona no confronto de fevereiro? Pode. Mas é uma chance mais do que remota. Teria de haver uma negociação entre os dois clubes na janela de janeiro e uma transferência imediata. Se Messi sair mesmo da Catalunha, isso deve acontecer só ao final da temporada.

Além do jogo dos 6 a 1, Neymar já havia sambado em cima do PSG outras vezes e chamado a atenção dos homens do Catar. Na temporada 14/15, a da tríplice coroa do Barça, os times se enfrentaram quatro vezes e Neymar fez gol em todos os jogos. Pela fase de grupos da Champions, o Paris venceu a primeira por 3 a 2, mas o Barça ganhou a segunda por 3 a 1. Eles se enfrentariam depois nas quartas de final, com duas vitórias do Barcelona (3 a 1 fora e 2 a 0 em casa).

No total, Neymar marcou 7 gols em 6 partidas contra o Paris - só passou em branco nos 4 a 0 da ida em 2017, que seriam revertidos nos 6 a 1. É o maior artilheiro da história de 11 confrontos entre os clubes.

Antes das classificações de 2015 e 2017, o Barcelona, com Messi, mas ainda sem Neymar, havia eliminado o PSG também nas quartas de final em 2013. Voltando um pouco mais no tempo, chegamos a 1997, e o Barça foi campeão da extinta Recopa Europeia ao vencer o PSG na final por 1 a 0, com um gol de pênalti de Ronaldo Fenômeno. Foi um dos dois títulos de Ronaldo pelo Barça, em um time que tinha Guardiola e Luís Enrique em campo e Mourinho como auxiliar técnico. Raí e Leonardo jogavam pelo PSG, e Ricardo Gomes era o técnico. Os melhores momentos daquela final estão abaixo:

A única vez que o Paris se deu bem contra o Barça foi na temporada 94/95, quando se enfrentaram pelas quartas de final da Liga dos Campeões. O duelo teve empate por 1 a 1 na ida e vitória do PSG por 2 a 1 no Parque dos Príncipes, com um gol e uma assistência de Raí. O PSG seria eliminado pelo Milan nas semifinais e só agora em 2020, com Neymar, superaria aquela campanha - chegou à final da última Champions e perdeu para o Bayern de Munique.

TODOS OS CONFRONTOS

94/95 Quartas de final:
1/3/95 Barcelona 1 x 1 PSG (gol de Weah, assistência de Valdo)
15/3/95 PSG 2 x 1 Barcelona (um gol e assistência de Raí)

96/97 Final da Recopa:
14/5/97 Barcelona 1 x 0 PSG (gol de Ronaldo)

12/13 Quartas de final:
2/4/13 PSG 2 x 2 Barcelona
10/4/13 Barcelona 1 x 1 PSG

14/15 Fase de grupos:
30/9/14 PSG 3 x 2 Barcelona (um de Neymar)
10/12/14 Barcelona 3 x 1 PSG (um de Neymar)

14/15 Quartas de final:
15/4/15 PSG 1 x 3 Barcelona (um de Neymar)
21/4/15 Barcelona 2 x 0 PSG (dois de Neymar)

16/17 Oitavas de final:
14/2/17 PSG 4 x 0 Barcelona
8/3/17 Barcelona 6 x 1 PSG (dois de Neymar)

TOTAIS:
5 vitórias do Barcelona (22 gols marcados)
3 empates
3 vitórias do PSG (16 gols)
Barcelona 4 x 1 PSG em confrontos eliminatórios