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Danilo Lavieri

Sampaoli mantém script e tem rotina de cobranças à diretoria do Atlético-MG

Jorge Sampaoli comanda o Atlético-MG diante do Vasco - Alessandra Torres/AGIF
Jorge Sampaoli comanda o Atlético-MG diante do Vasco Imagem: Alessandra Torres/AGIF

05/10/2020 11h38

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Em seu segundo trabalho no Brasil, Jorge Sampaoli repete a postura que tinha no Santos agora no Atlético-MG. Tanto dentro quanto fora de campo. O argentino é sempre muito elogiado pelos seus treinos e pelos jogadores, mas tem um dia a dia com presidentes e diretores que muitas vezes fica no limite de um desentendimento.

O técnico faz diversas exigências de contratação em todas as semanas e é difícil para convencê-lo que não será atendido. No episódio da contratação desfeita de Thiago Neves, o argentino demorou a compreender o tamanho da polêmica e conversou com Sérgio Sette Câmara e Alexandre Mattos.

Na época em que o Atlético-MG tentava tirar Everson e Sasha do Santos, o treinador era insistente nas ligações para a diretoria cobrando uma resolução rápida.

Assim que chegou, Sampaoli também indicou alguns atletas com os quais não gostaria de trabalhar. A maior parte dos pedidos foi aceita, mas o argentino precisou lidar, por exemplo, com a manutenção de Rever, que conseguiu reverter a sua situação e, hoje em dia, tem entrado com mais frequência.

O argentino teve momentos de cobranças ríspidas na última semana por conta do atraso de salário, com ameaças de deixar o clube. O time devia não só para comissão técnica, mas também para jogadores.

Com a pressão crescente, Sérgio Sette Câmara acertou mais um empréstimo com Rubens Menin, conselheiro e dono da MRV. O empresário já colocou dinheiro para a construção da nova arena atlética, para contratações e, agora, para colocar as contas em dia.

O empréstimo não era a primeira opção, mas a diretoria do Atlético-MG sabe que o atraso é uma das situações que mais irrita Sampaoli. Foi esse o principal motivo do rompimento entre técnico e o então presidente do Santos, José Carlos Peres.

Ao menos na Vila Belmiro, Sampaoli mostrou que conseguia deixar de lado o desentendimento com a diretoria e conseguia colocar em campo um time que apresentava bem mais do que o esperado pela qualidade do elenco.

Com os salários em dia, mas ainda sem receber dinheiro de bilheteria, sem premiação de campeonatos como a Copa do Brasil e Libertadores, o Atlético-MG deve voltar a enfrentar problemas financeiros em breve. Ainda assim, para não entrar em rota de colisão de novo com Sampaoli, a diretoria admite voltar a contratar com a ajuda de empréstimos.