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MDB apoiar Tebet em estados onde Lula tem mais de 60% é suicídio, diz Renan

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/07/2022 09h52

Uma das principais lideranças do MDB, o senador licenciado Renan Calheiros (AL) não esconde sua insatisfação com a candidatura de Simone Tebet à Presidência da República. No entanto, ele disse, em entrevista ao UOL News, que não pretende trabalhar para que ela desista de concorrer às eleições.

"Tudo se fez democraticamente, nós temos com a Simone o melhor relacionamento. Isso é uma divergência política", disse Renan sobre a convenção virtual do partido que escolheu a senadora como candidata. "Em estados onde Lula tem 60% dos votos, será um suicídio apoiar uma candidatura que evidentemente não decolou", acrescentou.

A formalização do nome de Tebet ocorreu ontem em meio a uma divisão dentro do MDB. Na terça-feira (26), o ministro Edson Fachin, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), negou ação apresentada por uma ala do partido ligada a Renan Calheiros contra a realização da convenção.

O senador defende que o partido deveria ter seguido o exemplo do PSDB e do Cidadania, que retiraram seus "candidatos inviáveis" da disputa eleitoral.

"Não poderíamos repetir o que aconteceu na eleição de 2018, quando Meirelles teve 1% dos votos, o que, infelizmente, é o que a Simone Tebet tem hoje no Datafolha, e reduziu nossas bancadas na Câmara e no Senado pela metade", afirmou.

Renan disse que o MDB precisava de um candidato a presidente que alavancasse os palanques estaduais, e não minimizasse. Por isso, ele era favorável que o partido apoiasse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com ou sem um nome próprio nas eleições.

"Não vou trabalhar pela desistência [da candidatura da Simone Tebet], eu torço para que ela cresça, possa modificar esse cenário das pesquisas eleitorais", explicou o senador. "Só lamento que os argumentos em defesa de Simone sejam os mesmos do Meirelles."

'Ciro Gomes não é uma via, mas uma contramão'

Falando sobre outra candidatura que, até o momento, tem baixo desempenho nas pesquisas de intenção de votos, Renan Calheiros criticou Ciro Gomes (PDT). Segundo ele, o país precisa "unir os democratas" para ter chance de "ganhar a eleição no primeiro turno".

"E isso pode ou não ser complicado pela terceira via. Falo com relação à Simone Tebet, não a Ciro Gomes, que é candidato pela quarta vez, usa o espaço que seria para qualificar o debate numa eleição presidencial para o xingamento pessoal, com uma candidatura inviável, com inveja de todo mundo."

"Essa candidatura do Ciro Gomes não é uma via, é uma contramão. A única maneira de ter o Ciro Gomes no segundo turno ao invés de deixá-lo ir novamente para Paris é se houver uma designação dele para trabalhar na Justiça Eleitoral como mesário. Fora isso, ele não tem papel a cumprir", disse Renan.

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