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Garcia evita associação a Doria, de quem foi vice: Um é diferente do outro

Rodrigo Garcia (PSDB), governador de São Paulo: "Sou candidato da minha história" - Divulgação/Governo do Estado de SP
Rodrigo Garcia (PSDB), governador de São Paulo: 'Sou candidato da minha história' Imagem: Divulgação/Governo do Estado de SP

Do UOL, em São Paulo

19/05/2022 09h11Atualizada em 19/05/2022 18h11

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição, disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ser "candidato de minha história", deixando claro que não pretende associar sua imagem à de João Doria (PSDB), de quem foi vice, na eleição estadual. Segundo ele, os dois são diferentes.

Doria renunciou ao governo paulista para ser pré-candidato à Presidência e tem alta rejeição nas pesquisas. Pesquisa Genial/Quaest divulgada na semana passada mostrou que o tucano e o presidente Jair Bolsonaro (PL) são os pré-candidatos mais rejeitados — 59% dos eleitores dizem que os conhecem e não votariam neles.

Sou candidato da minha história. E talvez um dos mais experientes dessa eleição em quantidade de mandatos consecutivos. Represento a minha história. Sou do PSDB. Fui vice do João Doria. Um é diferente do outro. Naturalmente vou me apresentar Rodrigo Garcia, governador de São Paulo, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo

Sobre as eleições presidenciais, Garcia disse que seu candidato "é a terceira via". Ontem, os presidentes do PSDB, do MDB e Cidadania decidiram indicar a senadora Simone Tebet (MDB-MS) como candidata única da terceira via. A decisão ainda precisa passar pelo crivo das Executivas nacionais dos três partidos, que devem se reunir na próxima terça-feira (24), mas já indica que Doria foi rifado.

Pesquisas feitas pelos partidos indicaram que a rejeição a Doria é muito alta e a parlamentar teria maior potencial de crescimento. Doria teve o nome aprovado em prévias do PSDB, em novembro do ano passado, mas, desde então, enfrenta resistências.

"O candidato que meu partido e eu apresentamos para a terceira via é o João Doria. Estou ao lado dele como nome do PSDB. O partido buscou outros partidos [...] Vamos encontrar um caminho político. Defendo uma decisão política de comum acordo para que o candidato escolhido tenha mais chance de ganhar a eleição do que uma candidatura isolada", diz Garcia.

Ele acrescenta que não quer só um candidato da terceira via, mas "um candidato que tenha chances reais de vitória" e elogiou Tebet, dizendo que ela pode representar esse grupo. "A pesquisa vai dar uma pista do que é melhor para a viabilidade eleitoral."

Questionado sobre o que é mais forte em São Paulo, o antipetismo ou o antibolsonarismo, o governador diz que é aquele que não quer nem o petismo nem o bolsonarismo.

A pesquisa do instituto Quaest aponta que 38% dos eleitores paulistas preferem que o vencedor da disputa pelo governo do estado seja alguém sem ligação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou com o presidente Bolsonaro.

"Mais de 40% da população busca alternativa, 85% dos paulistas não escolheram candidato a governador. Está longe de ter uma pista do que vai acontecer. Estou aqui para proteger São Paulo dessa guerra ideológica", diz o governador.

Segundo a pesquisa do mesmo instituto, Garcia registrou 5% das intenções de voto. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) lidera a disputa, com 30%, seguido pelo ex-governador Márcio França (PSB), com 17%, e pelo ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 10%.

Na entrevista, Garcia se definiu ainda como um "gestor pragmático", disposto a governar para todos, mesmo aqueles que não o apoiam. "Respeito a ideologia de todos, mas colocá-la na frente dos problemas não resolve."

Questionado se sua declaração de que "bandido que levantar arma vai levar bala da polícia" é uma estratégia para se aproximar do eleitor mais conservador, o governador respondeu: "Essa é uma recomendação que eu dei ao cidadão de bem e ao bandido. A boa polícia diz: não reaja quando você sofre um assalto. O recado claro ao bandido foi: não reaja que você vai tomar bala. Esse é o papel da polícia. Essa frase traduz o que eu acredito."

Além de trocar os comandos das polícias Civil e Militar, o governador lançou a Operação Sufoco, cujo objetivo é combater a onda de assaltos cometidos por falsos entregadores. Ele também disse estar "mais do que convencido de que as câmeras corporais são impositivas para a polícia".

Garcia afirmou ainda que o pacto federativo é "injusto" com o estado que sempre houve uma relação institucional com o governo federal, mas que agora, na gestão Bolsonaro, "é o momento que historicamente São Paulo está recebendo menos" e que está aberto a receber qualquer apoio.

Sobre sua opinião em relação ao casamento gay, o aborto e a descriminalização do uso de drogas, Garcia afirmou defender a legislação atual para casamento homoafetivo e para o aborto e se colocou contrário à descriminalização do uso de drogas. "Não vejo isso resolver nenhum problema."