Bloco Ritaleena dá um grito de rock às margens do Ipiranga
"A mistura de rock com carnaval é perfeita", afirmam fãs da cantora paulista homenageada pelo bloco Ritaleena.
Uma multidão de cerca de 10 mil ovelhas negras e ervas venenosas ocuparam o bairro do Ipiranga neste sábado (10) no bloco que homenageia a rainha do rock brasileiro.
O bloco saiu da Praça do Monumento às 15h e percorreu as ruas do bairro ao som dos sucessos da cantora. Nem a chuva que caiu desanimou o cortejo que terminou perto das 19h. A dona de casa, Rosana Michelacci, moradora do Ipiranga há 40 anos se divertia com as filhas de 9, 12 e 16 anos. “Achei ótimo o bloco vir para cá, podemos curtir sem ter que ir até a Paulista ou o Centro. E está um clima ótimo, não vi nenhuma confusão, bem familiar, as meninas estão gostando, e eu também estou adorando. Eu sou do rock”, afirmou.
Marcela Pascoal, da organização do Ritaleena destacou que a proposta do bloco é cada ano trazer o desfile para um bairro diferente e emblemático da capital paulista. “ Nós do Ritaleena achamos legal descentralizar o carnaval e não ficar só no Centro e na Zona Oeste, expandir para outras regiões”.
Também moradora do bairro a pernambucana Maria Rosa Caldas uniu duas paixões aparentemente distintas em meio a folia. Ao som de sucessos dos Mutantes ela dava uma aula de frevo, com direito a sombrinha e tudo.
“Eu amo esse bloco e a coisa melhor é sair de casa toda fantasiada. Eu sou passista 365 dias do ano”. E a paulista Rita Lee combina com frevo? Para a professora de artes completamente. “ Ela é irreverente, ela é uma mutante”.
A nutricionista Roberta Nogueira é mineira, mas mora pertinho da Praça do Monumento. Ela conta que sempre viaja nos feriados, mas este ano resolveu dar uma chance para o carnaval paulista na última hora. Afirmou que por isso a produção foi improvisada, mas nem parecia, estava uma autêntica sósia ruiva da cantora . “Comprei a peruca por quinze reais e os óculos por dez e já era, tava pronta. Sou fã da Rita, para mim todas as músicas dela boas”.
As amigas Bia Ficker e Bruna Orugian vieram vestidas de preto, totalmente no estilo rock e estavam ansiosas para ouvir uma das canções mais famosas, a rebelde Ovelha Negra. “A mistura de rock and roll com Carnaval para a gente é perfeita”.
Paixão que atravessa gerações
Aurora Inês de apenas um ano curtiu o bloco com a mãe Priscila Sabino Escudeiro e a avó Sueli Garcia. Não muito afeitas ao Carnaval, esse foi o primeiro ano que vieram para a festa. “ Vimos que esse era da Rita Lee e pensamos esse temos que ir”. Mãe e avó fãs da primeira mulher do rock brasileiro, elas acreditam que a paixão vai ultrapassar as gerações.
Foi assim com a estudante de biomedicina Sofia Alcântara. Do pai ela herdou a admiração pela cantora. “Meu pai é superfã dela há muitos anos, eles tem mais ou menos a mesma idade, ele já foi em muitos shows, tem cd autografado. E eu também to sempre acompanhando a carreira dela, li o livro, assisti o musical. Agora no carnaval mudei o cabelo para o ruivo vermelho e a fantasia me inspirei na vilã da música Erva Venenosa e fiz uma criação”.
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