Remédio para sinusite: o que é bom tomar contra a doença?

A sinusite é caracterizada pela inflamação da mucosa e das cavidades paranasais —túneis existentes nos ossos próximos ao nariz e olhos que ajudam na circulação do ar que é inspirado. O incômodo causado pela doença e a busca pelo alívio fazem muitas pessoas recorrerem a remédios para sinusite.

O quadro é provocado pela ação de microrganismos como vírus, bactérias ou, em casos mais raros, fungos. Seus sintomas passam por nariz entupido, dor de cabeça, sensação de peso ou de pressão no rosto, tosse e febre, sendo que o tratamento vai depender do tipo de sinusite e dos sintomas que o paciente apresenta.

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Mais de 90% dos quadros de sinusites são virais (os mesmos que causam os resfriados) e se curam sozinhos em um período de cerca de 10 dias. É importante procurar um médico otorrinolaringologista para fazer o diagnóstico correto e indicar o melhor para cada paciente —automedicação pode agravar o problema.

Remédios para sinusite

Analgésicos

Os analgésicos são usados quando há queixa de dores de cabeça e nos seios da face, além de quadros febris. Entre os principais, estão:

• dipirona
• paracetamol

Acetilcisteína

O fármaco ajuda a fluidificar a secreção que está parada nas cavidades da face a fim de eliminá-las, contribuindo para acabar com a tosse gerada pelo gotejamento que acontece na garganta.

Ele é comercializado como xarope ou mesmo em pó granulado vendido em envelopes para serem dissolvidos em água. Para o medicamento funcionar, é importante também a ingestão de bastante água.

Corticoides intranasais

Eles apresentam uma potente ação anti-inflamatória a fim de diminuir a irritação do nariz, reduzindo a produção de secreção e aliviando a obstrução nasal comum no quadro de sinusite. Esses medicamentos possuem fármacos como:

• acetonido de triancinolona;
• budesonida;
• dipropionato de beclometasona;
• ciclesonida;
• propionato de fluticasona;
• furoato de mometasona;
• furoato de fluticasona.

Anti-inflamatórios não-esteroidais

O ibuprofeno e a nimesulida também podem ser prescritos com o intuito de tratar a inflamação das vias aéreas superiores e aliviar dores (na face, na garganta ou dores de cabeça). No entanto, não agem diminuindo a secreção nasal.

Esses fármacos são mais indicados para hipertensos e pacientes portadores de diabetes, pois não atuam em hormônios como acontece com os corticoides.

Antibióticos

A amoxicilina ou mesmo a combinação dela com o clavulanato de potássio são indicadas para quadros sugestivos de sinusite causada por bactérias, já que geralmente são eficazes para eliminar o microrganismo mais comum que é responsável pelo quadro.

Quadros de sinusite bacteriana podem apresentar sintomas de uma forma muito mais intensa. Outros antibióticos como o cefaclor e a axetilcefuroxima também podem ser prescritos caso o paciente apresente resistência ou alergia à amoxicilina.

Antialérgicos não sedantes

Esses remédios podem ser prescritos para as sinusites com alergia respiratória associada (a chamada sinusite fúngica alérgica), identificada quando o paciente se queixa de coceira nas vias superiores e espirros. Eles agem aliviando os sintomas ao bloquear a ação da histamina, substância produzida pelo organismo durante uma reação alérgica.

Fármacos anti-histamínicos com destaque são:

• loratadina
• cetirizina
• dicloridrato de levocetirizina
• terfenadina

Medicamentos não recomendados para a sinusite

Veja remédios que caíram em desuso ou são usados erroneamente por alguns pacientes que não recebem a orientação de um especialista:

• Descongestionantes nasais

Apesar de serem indicados em quadros agudos por terem ação vasoconstritora capaz de liberar as vias nasais e ajudar o paciente a respirar melhor, os sprays nasais que contêm ativos como a oximetazolina e a nafasolina aliviam de forma momentânea o sintoma da congestão nasal, mas acabam tendo um efeito rebote ao inchar e inflamar ainda mais as estruturas internas nasais, piorando o quadro de sinusite. Podem causar dependência.

• Antibiótico em spray nasal

Esse medicamento, que traz a combinação do sulfato de gentamicina com o fosfato dissódico de betametasona, está caindo em desuso.

Falta respaldo científico mostrando sua eficácia no tratamento da sinusite bacteriana. Por isso, os antibióticos orais e injetáveis acaba sendo opções melhores para tratar o quadro.

• Xaropes para tosse ou com efeito broncodilatador

Eles trazem os fármacos como o ambroxol e o salbutamol indicados apenas para ajudar a eliminar secreção pulmonar (vias aéreas inferiores) como acontece nos casos de bronquite.

Portanto, não contribui para eliminar a secreção presente nas vias aéreas superiores (nariz e seios paranasais).

• Antigripais

São associações de substâncias como paracetamol, fenilefrina, clorfeniramina, que agem sobre diversos sintomas e, por isso, podem encobrir quadros que exijam tratamentos mais específicos ou que sejam mais graves.

Evite consumi-los por conta própria e prefira pedir a opinião de um médico especialista.

Remédios caseiros para a sinusite

Algumas dicas e cuidados durante o tratamento podem dar mais conforto ao paciente, ajudando a desentupir o nariz, por exemplo, e acelerando a recuperação do paciente. Veja quais são eles:

• Lavagem nasal com soro fisiológico: O procedimento é bastante recomendado para eliminar a secreção acumulada nos seios da face e que causa a tosse devido ao gotejamento da secreção na garganta. Ela deve ser feita com alto fluxo de soro fisiológico a 0,9%, mas sem pressão para não machucar a mucosa nem causar o acúmulo de água ou de secreção nos ouvidos. Portanto, o soro deve entrar por uma narina e sair pela outra.
• Inalação com soro: Menos efetiva do que a lavagem nasal, pode ser uma opção para as crianças menores de um ano que apresentam o quadro de sinusite. No entanto, tem ação limitada por não conseguir eliminar a secreção das vias aéreas superiores, apenas umidificar.
• Chá de funcho-doce: Segundo o Formulário de Fitoterápicos - Farmacopeia Brasileira, da Anvisa, o chá de funcho-doce pode ajudar a aliviar quadros de tosses associadas a resfriados, como acontece na sinusite. Para essa ação expectorante, indica-se consumir o chá infusionado com os frutos secos da planta três vezes ao dia. O consumo deve ser feito apenas por pacientes acima de 12 anos, durante uma semana. O chá é contraindicado na gestação e na lactação, e não deve ser usado por pessoas com histórico de convulsão.
• Extrato de gerânio sul-africano: Conhecido pelo nome comercial de Kaloba®, esse fitoterápico formulado a partir da raiz da planta de nome científico Pelargonium sidoides possui alguns estudos relacionados ao tratamento de infecções do trato respiratório, sendo que um deles, publicado pelo periódico Rhinology, envolveu 103 participantes e demonstrou eficácia no tratamento de sinusite aguda em comparação ao placebo. A recomendação da bula orienta o uso do fitoterápico três vezes ao dia, por cinco a sete dias, sendo que a quantidade de gotas varia de acordo com a idade.

Fontes: Agrício Crespo, professor titular e chefe da disciplina de otorrinolaringologia-cabeça e pescoço da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e diretor do Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Unicamp; Larissa Fabbri Mendes, otorrinolaringologista com título de especialista pela ABORL )Associação Brasileira de Otorrinolaringologia); Thiago Bezerra, professor adjunto e coordenador da disciplina de otorrinolaringologia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco); Revisão técnica: Larissa Fabbri Mendes.