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Tive covid-19, posso doar sangue mesmo assim?

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

28/06/2022 04h00

Pode. Você só precisa aguardar 10 dias para estar completamente recuperado da doença, e aí sim realizar a doação de sangue. O mesmo vale para quem testou positivo para o novo coronavírus, mas está sem sintomas.

Até janeiro deste ano, o prazo para doação de sangue após a recuperação de covid-19 era de 30 dias. A redução para 10 dias foi indicada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), baseada em evidências científicas recentes que demonstraram que esse é o tempo suficiente para evitar a possível transmissão de Sars-CoV-2 por transfusão de sangue.

Já aquelas pessoas que tiveram contato com alguém que testou positivo para o novo coronavírus devem esperar sete dias antes de realizarem a doação. A contagem se inicia a partir do último dia de contato com a pessoa infectada. Vale saber também que você não precisa esperar um resultado negativo para covid-19 para doar sangue. Basta aguardar o tempo já mencionado.

Quem pode doar sangue?

Pessoas saudáveis entre 16 e 69 anos de idade, com peso mínimo de 50 kg e que não tenham doença infectocontagiosa. Jovens abaixo dos 18 anos necessitam de autorização dos pais para doar. Já pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já tiverem feito a coleta em algum momento antes dos 60 anos.

As mulheres podem doar sangue até três vezes por ano em um intervalo de 90 dias. Para os homens, as doações podem ser realizadas até quatro vezes por ano, aguardando o intervalo de 60 dias.

Quem não pode doar

Assim como quem teve covid-19 há menos de 10 dias, existem outras situações provisórias que podem impedir a doação sanguínea. O tempo de espera para poder doar sangue vai variar de acordo com as circunstâncias, por isso, é importante entrar em contato com o hemocentro para saber mais a respeito. No contexto geral, o que impede provisoriamente as pessoas de doarem sangue é:

  • Febre acima de 37°C;
  • Gripe ou resfriado;
  • Gravidez;
  • Amamentação;
  • Uso de alguns medicamentos, como antibióticos, corticosteroides, anticoagulantes, ansiolíticos, entre outros.
  • Anemia;
  • Câncer;
  • Cirurgia recente;
  • Extração dentária há 7 dias;
  • Tatuagem ou piercing;
  • Relacionamento sexual com parceiro desconhecido ou eventual, sem uso de preservativo, nos últimos 12 meses;
  • Ter realizado transfusão de sangue;
  • Vacinação.

Já os indivíduos que não podem realizar o procedimento são: aqueles que tenham tido hepatite após os 11 anos de idade; diagnosticados com hepatites B ou C, HIV, HTLV (vírus pertencente a mesma família do HIV), malária e doença de Chagas; uso de drogas ilícitas injetáveis e pessoas com menos de 50 kg de peso corporal. Mas fique tranquilo, pois todas essas informações serão verificadas durante a triagem clínica.

Fontes: Camila Ahrens, infectologista do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR); Daniela Palheiro Mendes de Almeida, médica hematologista e hemoterapeuta, responsável técnica pela Agência Transfusional do INI (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas) ligado à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz); Kleber Luz, professor da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e infectologista do Hospital Universitário Onofre Lopes, no Rio Grande do Norte; Marcelo Ducroquet, infectologista e professor da Universidade Positivo, em Curitiba (PR).

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