Há 8 meses tive um AVC e fiquei com um soluço constante. Tem relação?
Resumo da notícia
- O soluço pode estar relacionado ao AVC quando a doença ocorre na região do tronco cerebral
- O correto é procurar um neurocirurgião para que ele faça uma avaliação da região onde ocorreu o AVC
- Se realmente for no tronco cerebral, o ideal é que o tratamento seja feito com o uso de medicação
Há 8 meses meu pai teve AVC e ficou com um soluço constante, tem alguma relação?
Sim, pode ter relação. O soluço, eventualmente, é uma sequela do AVC quando a doença ocorre na região do tronco cerebral. Localizado no SNC (sistema nervoso central), o tronco cerebral é responsável pelo controle de diversas funções do nosso corpo, entre elas, a respiração. Portanto, se esta área sofrer algum problema, pode sim desenvolver soluços.
O ideal é conversar com um neurocirurgião para que ele faça uma avaliação da região onde ocorreu o AVC. Se realmente for no tronco cerebral, o ideal é que o tratamento seja feito com o uso de medicação. Existem algumas drogas que agem no SNC e ajudam no controle do soluço.
E sabe aquela história de tomar água gelada ou dar um susto na pessoa? De nada vão adiantar. Como o soluço, neste caso, tem relação com o cérebro, estas ações não serão promissoras. E caso o medicamento não seja tão eficaz, outras medidas vêm sendo adotadas. Entre elas estão: acupuntura, hipnose e intervenções cirúrgicas, como a secção do nervo frênico (que começa no pescoço e passa entre o pulmão e o coração para chegar até o diafragma), ou apenas seu bloqueio com o uso de anestésicos locais. Em situações mais extremas, pode ser necessária a implantação de um marca-passo respiratório, um dispositivo que controla o diafragma por estimulação elétrica do nervo frênico.
Vale entender que o soluço, em casos nada graves e mais comuns, pode surgir pela contração muscular involuntária e intermitente dos músculos inspiratórios intercostais, entre eles o diafragma. E o resultado é uma rápida inspiração, que termina com o fechamento abrupto da glote —localizada entre as duas pregas vocais, impedindo a inspiração de ar, o que produz o som característico.
Fontes: Carlos Alberto Mattozo, neurocirurgião e membro do corpo clínico do Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba; Heverty Rocha, médico neurocirurgião do HU-Univasf (Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco), em Pernambuco, que faz parte da Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares); Júlio Pereira, neurocirurgião da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Tatiana Vilasboas, neurocirurgiã do Hospital San Gennaro, em São Paulo.
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