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Sintomas e tratamentos da doença


Quimio, radio, imunoterapia: entenda como são os tratamentos de câncer

O câncer ainda não tem cura definitiva, mas há tratamentos disponíveis com grande chance de sucesso - iStock
O câncer ainda não tem cura definitiva, mas há tratamentos disponíveis com grande chance de sucesso Imagem: iStock

Renata Turbiani

Colaboração para o VivaBem

31/08/2018 04h00

Um dos problemas de saúde que mais causa mortes no Brasil e no mundo, o câncer engloba um conjunto de doenças com características e fatores de risco próprios, mas com um denominador comum: a reprodução desordenada de células, que invadem tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.

Apesar de ainda não haver uma cura definitiva para a enfermidade, existem diversos tratamentos disponíveis, e com grandes chances de sucesso, principalmente quando a doença é descoberta em seu estágio inicial. Entenda a seguir como é cada procedimento e quando ele é indicado.

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Cirurgia

O que é Principal tratamento para muitos tipos de câncer, suas abordagens são variadas, incluindo abertas, laparoscópicas (por vídeo), minimamente invasivas e robóticas. Tem como objetivo remover o tumor em sua totalidade e, ao mesmo tempo, manter o órgão onde ele se encontra preservado. Em casos mais avançados, sua função pode ser apenas fornecer uma melhor qualidade de vida ao paciente.

Indicação Para praticamente todos os tumores cancerígenos sólidos em estágio inicial.

Como é feito Os nódulos primários são retirados com margem de segurança —varia de acordo com a localização e o tipo — e, se necessário, também os linfonodos das cadeias de drenagem linfática.

Duração Depende do tipo de tumor, da sua localização e da complexidade da operação. Algumas cirurgias são realizadas em poucas horas, outras passam de 12 horas ou até são realizadas em mais de uma etapa.

Riscos e efeitos colaterais Assim como em qualquer operação, a de câncer tem seus riscos. Eles incluem complicações da anestesia, infecções e formação de coágulos sanguíneos. Além disso, pode causar dor, falta de apetite e alteração nos hábitos intestinais.

Radioterapia

O que é Aplicação localizada de radiação terapêutica para matar as células tumorais ou impedir que elas aumentem, buscando sempre causar o menor dano possível às células normais vizinhas. Pode ser curativa (para acabar totalmente com o tumor), remissiva (reduzir o tamanho do câncer), profilática (eliminar possíveis células neoplásicas dispersas) e paliativa (melhorar a qualidade de vida).

Indicação Para tumores que têm sensibilidade à radiação, incluindo cânceres de cérebro, mama, próstata, colo do útero, laringe, pulmão, próstata, estômago. Via de regra, é realizada nos estágios iniciais da doença.

Como é O paciente recebe doses de radiação localmente com a utilização de aparelhos específicos. A quantidade é calculada pelo radioterapeuta com a ajuda de programas de computador.

Duração As sessões são realizadas diariamente, com descanso no sábado e no domingo. O número total depende do estágio e do tipo da doença.

Riscos e efeitos colaterais Estão relacionados aos órgãos tratados. Por exemplo, se for a bexiga, corre-se o risco de infecção urinária; o pescoço, boca seca e dificuldade para engolir. Fora isso, pode ocorrer queimaduras na pele, vômito, náusea, diarreia, perda de apetite e cansaço.

Quimioterapia

O que é Uso de quimioterápicos (medicamentos) com a função de matar e/ou interromper a divisão das células cancerosas de rápido crescimento. Como cada substância age de forma diferente no organismo, os médicos utilizam várias de uma vez. A quimioterapia pode ser curativa (tem o objetivo de controlar completamente o tumor), adjuvante (quando é um complemento da cirurgia, a fim de eliminar as células residuais e diminuir a incidência de metástase), neoadjuvante (feita antes da operação para reduzir o tamanho do tumor) e paliativa (para melhorar a qualidade de vida do paciente).

Indicação Para tumores mais avançados, incluindo os do sangue (leucemia e linfomas, por exemplo).

Como é Sua aplicação, na maioria das vezes, se dá de forma intravenosa, mas também pode ser via oral, intramuscular, subcutânea e tópica. Nesse tipo de tratamento, os quimioterápicos se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes e impedindo que elas se espalhem.

Duração O tempo de tratamento depende do tipo de tumor, se a medicação está sendo usada isoladamente ou combinada com outros métodos e também do objetivo final. A administração dos quimioterápicos geralmente se dá em ciclos (por exemplo, a cada 28 ou 21 dias), mas recentemente também surgiram as aplicações semanais.

Riscos e efeitos colaterais Por não serem seletivos, os quimioterápicos podem afetar as células saudáveis, como as responsáveis pelas ações no trato digestivo e no sangue. Entre as suas principais reações estão queda de cabelo, ferida nas bocas, náusea, dores, vômito, diarreia, perda de apetite, fraqueza, dor no corpo e febre.

Imunoterapia

O que é Uso de anticorpos monoclonais para estimular o sistema imunológico. Nesse caso, as drogas não visam as células do tumor, e sim as células de defesa do organismo, a fim de que elas detectem e combatam a doença. Segundo o Inca, a imunoterapia ainda é um método experimental e é necessário aguardar resultados mais conclusivos sobre sua eficácia e aplicabilidade clínica.

Indicação A imunoterapia responde bem ao câncer de pulmão e ao melanoma, em especial os em estágio avançado.

Como é A aplicação se dá de forma intravenosa (na veia), fazendo com que as células cancerosas —que têm o "poder" de enganar o mecanismo de defesa do organismo — sejam percebidas e combatidas.

Duração Por ser um tratamento relativamente novo, ainda não existe um período predeterminado. Porém, o prazo padrão atual é de dois anos.

Riscos e efeitos colaterais São poucos, e todos resultam da ativação imunológica do corpo. Isso significa que as células de defesa podem atacar partes do próprio organismo, comprometendo órgãos e tecidos. Alguns dos problemas comuns são alterações gastrointestinais, endócrinas e na pele.

Transplante

O que é Substituição da medula óssea doente ou deficitária por células saudáveis. O transplante pode ser autogênico (a medula vem do próprio paciente), alogênico (ela vem de um doador) ou ainda feito a partir de células obtidas do sangue de um doador ou do cordão umbilical.

Indicação Doenças hematológicas que afetam as células do sangue, como leucemia, linfomas e mieloma.

Como é Quase sempre o paciente passa por um tratamento prévio —normalmente quimioterapia — para reduzir a doença. Depois, recebe as células saudáveis como se fosse uma "transfusão de sangue".

Duração O transplante em si é rápido, no entanto, quase sempre o paciente precisa ficar internado por algumas semanas para minimizar o risco de infecções e complicações. A recuperação da produção de sangue, normalmente, se dá entre dez e 21 dias. Depois, é preciso fazer acompanhamento ambulatorial semanal durante alguns meses e, mais para frente, anual.

Riscos e efeitos colaterais Complicações infecciosas, reativação viral (citomegalovírus, por exemplo) e doença de enxerto contra hospedeiro (quando as células recebidas reagem ao organismo do paciente e acatam alguns de seus órgãos, como fígado e pele).

Fontes: Luis Eduardo Rosa Zucca, coordenador do departamento de Oncologia Clínica do Hospital de Amor (antigo Hospital de Câncer de Barretos); Ricardo Gama, médico-cirurgião do Departamento de Cabeça e Pescoço do Hospital de Amor; Maria Del Pilar Estevez Diz, coordenadora de oncologia clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp); Yana Augusta Novis Zogbi, oncologista e hematologista do Hospital Sírio-Libanês; Inca (Instituto Nacional do Câncer).

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