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Opinião

Sete motivos para você repensar o consumo de álcool na menopausa

Talvez você já tenha ouvido falar da campanha "dry january" ou, em tradução livre, "janeiro sóbrio" ou "janeiro seco", que acontece em países como EUA e Reino Unido.

A ideia é passar 30 dias sem beber depois das festas de fim de ano. Mas, para mulheres na menopausa, dar uma pausa também para reavaliar sua relação com o álcool é ainda mais crucial.

Os danos e o preço que pagamos pelo consumo de uns bons drinques vão muito além da ressaca do dia seguinte. Eles podem piorar os sintomas e nossa qualidade de vida como um todo.

A menopausa é um momento de transição, marcado por mudanças físicas, emocionais e hormonais. Nessa jornada, cuidar do próprio bem-estar torna-se uma prioridade, e por isso é importante repensar nossos hábitos também em relação ao consumo de álcool. Confira abaixo como ele afeta nosso corpo e mente nessa fase.

1. O fígado é importante para o equilíbrio hormonal

O álcool definitivamente não combina com a menopausa. Nossos fígados estão trabalhando muito durante essa fase para ajudar nas mudanças no metabolismo e no equilíbrio hormonal, e o álcool torna esse trabalho ainda mais difícil (o fígado prioriza a remoção do álcool antes de qualquer outra coisa).

"O álcool afeta todo o nosso corpo, e na medida em que envelhecemos o nosso processamento hepático fica menos eficiente e mais lento. E os efeitos vão muito além da ressaca", alerta Vânia Assaly, endocrinologista e nutróloga e uma das maiores especialistas em medicina preventiva do país.

2. Piora da ansiedade e pode aumentar os fogachos

Para quem sofre de transtornos como ansiedade e depressão, o álcool também só piora as coisas. Ele esgota o corpo de zinco (que é nosso mineral anti-ansiedade) e afeta nosso microbioma intestinal (o intestino é nosso segundo cérebro).

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Também afeta o equilíbrio do açúcar no sangue —álcool é praticamente um açúcar líquido. E quando temos um desequilíbrio de açúcar no sangue, entra a adrenalina, que é vasodilatadora e causa… fogachos! O álcool também pode desencadear as ondas de calor, além de poder agravar problemas de sono...

3. Estabilidade emocional

A menopausa já é um período desafiador emocionalmente, e o álcool, embora possa trazer alívio temporário, muitas vezes intensifica as oscilações de humor.

Ao abraçar o janeiro sóbrio, as mulheres têm a oportunidade de experimentar uma estabilidade emocional renovada. E avaliar se o álcool não acaba piorando as coisas.

4. Sono restaurador

O álcool pode interferir no padrão de sono, algo crucial para o bem-estar durante a menopausa. Ao se comprometer com um mês livre de álcool, é possível notar melhorias significativas na qualidade do sono, proporcionando mais energia e vitalidade.

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5. Saúde óssea e cardiovascular

A menopausa está associada a mudanças na saúde óssea e cardiovascular. A redução do consumo de álcool pode contribuir para a preservação da densidade óssea e para a saúde do coração, aspectos cruciais nesta fase da vida.

6. Controle de peso

Se a gente já sofre para manter o peso equilibrado nessa fase, imagine acrescentando as calorias extras dos drinques. O álcool é caloricamente denso e pode dificultar o controle de peso. Além disso, quando a gente bebe, acaba comendo ainda mais (quem resiste aos petiscos que vêm junto na mesa do bar depois de um drinque?)

7. Foco na autoconsciência

A sobriedade temporária não apenas traz benefícios físicos, mas também promove a autoconsciência. Ao observar como o corpo e a mente respondem à ausência de álcool, as mulheres podem tomar decisões mais informadas sobre seus hábitos de consumo a longo prazo.

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Em última análise, o janeiro sóbrio não é apenas um desafio, é um convite para reconectar-se consigo mesma, honrar seu corpo e abraçar a saúde de maneira holística.

Para as mulheres na menopausa, essa jornada de um mês sem álcool pode ser o primeiro passo para uma vida mais equilibrada e plena.

Eu comecei a fazer essa experiência em outubro de 2023 e posso dizer que tem feito uma diferença enorme na minha vida. Pretendo deixar uma ou outra tacinha para ocasiões bem especiais, mas não mais que isso.

Aos 53 anos, me dei conta de que não desejo mais pagar o preço que as noites regadas a coquetéis trazem para o meu corpo. Saúde, 2024!

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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