Topo

Ageless

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Lubrificantes vaginais na menopausa: conheça as opções

iStock
Imagem: iStock

Colunista do UOL

05/11/2021 04h00Atualizada em 05/11/2021 13h41

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Quando uma mulher está sexualmente excitada, a vagina normalmente se autolubrifica. E um dos princípios básicos para o sexo prazeroso é que ele seja "molhadinho", não é mesmo? Pois é justamente a falta dessa lubrificação que torna as relações sexuais uma verdadeira tortura para muitas mulheres quando se aproximam da menopausa.

Entre 25 e 45% delas na pós-menopausa afirmam sentir dor durante o sexo. E, quando o sexo machuca, elas passam a evitá-lo. Esse momento é especialmente duro, muitas sofrem caladas, ou veem seus relacionamentos afetados pela sexualidade em xeque. Recebo mensagens frequentes no Instagram (me siga lá também @silviaruiz_ageless) de mulheres sofrendo com o problema.

A culpa dessa secura é da queda hormonal que começa a acontecer na perimenopausa, o período que antecede os 12 meses sem menstruação, quando finalmente se declara que a mulher chegou na menopausa.

Embora cada mulher seja diferente, sintomas como ondas de calor, mudanças de humor, dificuldade para dormir e aumento de peso são normais durante esse período, assim como a secura e atrofia vaginal. A queda do estrogênio deixa os tecidos vaginais mais finos, menos elásticos e mais frágeis. E mais secos.

No passado, talvez isso significasse o fim da vida sexual. Acontece que hoje uma mulher nessa idade quer uma vida plena, com tudo que tem direito, e sexo é uma parte importante disso. E aí? O que fazer? "Uma das primeiras opções é fazer a reposição hormonal", diz a ginecologista Beatriz Tupinambá, especialista em longevidade feminina, climatério e menopausa. Segundo ela, para as mulheres que possuem alguma contraindicação para a reposição, podem lançar mão dos lubrificantes locais.

Existem diferentes opções de lubrificantes e hidratantes vaginais que podem ajudar a aumentar aumentar o prazer sexual, manter a pele vaginal macia e, o mais importante, reduzir o atrito durante a penetração —seja por um parceiro ou seu brinquedo sexual favorito.

Por onde começar?

Antes de mais nada, converse com seu ginecologista, para avaliar a melhor opção para o seu caso. Segundo Tupinambá, uma das opções é o uso de gel hormonal de ação local. "Eles não são para uso na hora da relação sexual, mas, sim, no preparo da região melhorando a atrofia e aumentando a lubrificação", diz a médica.

Mesmo assim, pode ser que na hora H seja necessário um lubrificante também. Existem dois tipos básicos, os à base de água e os à base de óleo. Os de água são fáceis de encontrar em farmácias (com nomes conhecidos como KY, Jontex, Vagisil, entre outros). Com o avanço das chamadas femtechs, empresas focadas em produtos para o prazer feminino, surgiram também marcas novas no mercado, como a Feel e a Lubs, por exemplo.

A médica também indica versões à base de óleos vegetais, principalmente do óleo de coco, que tem função dupla: pode ser usado no dia a dia como hidratante para a vagina e a vulva, e também como lubrificante da hora do sexo.

"O único cuidado é não usar lubrificantes à base de óleo com preservativos, porque eles podem degradar o látex e perder a eficácia do preservativo", alerta a ginecologista. Para quem não gosta do cheiro e do gosto do coco, a opção de óleo fracionado é a ideal, pois é neutra. Já a versão extravirgem é mais consistente.

A médica dá uma dica de uso diferente para quem quiser testar: "Recomendo às minhas pacientes colocar o óleo de coco extravirgem em forminhas e congelar e depois introduzir na vagina, a sensação é muito boa, e o óleo vai derretendo aos poucos". Portanto, o que não faltam são opções para as mulheres ficarem mais confortáveis e voltarem a aproveitar sua sexualidade como merecem.