Schynaider: 'Aos 19 anos, era modelo e engordei 30kg na primeira gravidez'

"Eu morava em Nova York quando tinha 19 anos e engravidei da minha primeira filha sem planejar. Foi um presente-surpresa e eu embarquei nessa experiência de ser mãe. Sempre que vamos passar pela primeira vez por alguma situação a gente sente medos e ansiedades em frente aos desafios. Na gravidez, por mais que estivesse ciente do que acontece nessa fase, não sabia como seriam as sensações e mudanças da vida. De tanta ansiedade e insegurança, eu cheguei a engordar 30 quilos.

Trabalhava como modelo em Nova York e era relativamente nova, estava vivendo o começo da minha carreira profissional e internacional. Mas tive que parar de trabalhar durante um ano depois da gravidez, até voltar ao peso que tinha antes e conseguir voltar à ativa. Naquela época, há 14 anos, não existia o movimento que há hoje sobre diversidade. Por isso, muita gente dizia que eu tinha perdido espaço no meio do mundo fashion e que talvez nunca recuperasse esse tempo. Realmente aconteceu isso, mas a experiência de ser mãe me trouxe plenitude de uma maneira muito mais significativa. Foi um divisor de águas na minha vida.

Na primogênita, a gestação durou 42 semanas.

Após 40 semanas, tinha de ter o controle para saber se está tudo bem com a bebê, então eu ia ao hospital escutar os batimentos, fazer ultrassom e outros exames para checar nível de estresse e quantidade de líquido. Chegamos a marcar uma indução, mas Anne decidiu nascer exatamente naquele dia e naturalmente comecei a sentir as contrações.

Meu parto foi tranquilo. Comecei as contrações às 10h da manhã e, 24 horas depois, Anne nasceu em um parto normal. Foi um dia esperando meu corpo evoluir, dilatar e estar pronto. Como recebi anestesia epidural, não tive muita dor: depois de duas horas fazendo força no expulsivo, ela nasceu.

Tenho mais duas filhas: a segunda gravidez foi planejada — dois meses depois de tomarmos a decisão de aumentar nossa família, engravidei novamente. E a terceira foi um presente maravilhoso que não planejamos. Eu estava amamentando e nem sabia que estava ovulando, pois não tinha menstruado desde o parto, mas aconteceu.

Na segunda e na terceira, eu estava mais segura e também não engordei tanto. Ali, já tinha a experiência e minha vida estava mais estabilizada. Acho que, por isso, consegui curtir melhor esse processo lindo. Como estava tudo bem, respeitamos o momento que elas decidiram vir ao mundo e ambas nasceram na 41ª semana. Graças a Deus, tive três gestações completamente saudáveis e três partos normais.

Na última gravidez, meu corpo já havia experienciado esse processo e foi tudo muito rápido e com muita dor. A primeira contração veio em torno das 9h da manhã e três horas depois Gioe já havia nascido. Como o processo estava muito acelerado, não tomei anestesia e senti todas as dores do parto, foi uma loucura. A hora do expulsivo durou apenas dois minutos.

Eu acredito muito em Deus e tenho convicção de que nada acontece por acaso. Sabia que esses seriam grandes presentes divinos. Mesmo nas dificuldades e ansiedades, eu me apegava com orações e pensamentos positivos. Pensava que fui abençoada de viver essa grande experiência de ser mãe por que nada traz mais sentido para a vida. Não é fácil, mas todas vamos ter nosso próprio processo individual com lições e aprendizados para se preparar para essa missão. Eu digo que vale muito a pena. Minhas filhas são uma extensão de mim e não imagino minha vida sem elas. Na próxima vida, se isso existir mesmo, quero voltar sendo mãe delas novamente.

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Acho importante que as mulheres busquem conhecimento e aceitação, tenham autocuidado e respeitem seu momento. Assim, a gente dribla as inseguranças e escuta as emoções. E, se quiser chorar, chore! Procure alguém para conversar e botar para fora. Eu fiz terapia durante minhas gestações e recomendo muito."

Schynaider Moura, 34 anos, modelo, mãe de Anne, 14, Elle, 10 e Gioe, 8

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