370 anos de prisão: 'João de Deus é o maior criminoso sexual do Brasil'

O "Sem Filtro" de hoje (11) falou sobre as novas condenações de João Teixeira de Faria, o autointitulado médium João de Deus. Ele foi condenado em mais três processos pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude contra oito mulheres, entre os anos de 2010 e 2018. A pena, nesses casos, chega a quase 100 anos de prisão. Somada às outras condenações, ele já acumula 370 anos de pena.

"João Teixeira de Faria é o maior criminoso sexual do Brasil. Não só pelo tamanho da pena, mas também pelo número de vítimas, que estão em todas as regiões do Brasil e fora do país, e pelo espaço de tempo em que ocorreram os abusos (45 anos)", diz Cristina Fibe, colunista de Universa e autora do livro "João de Deus: o Abuso da Fé" (ed. Globo Livros).

Procurado por Universa, o advogado de João Teixeira de Faria, Anderson Van Gualberto de Mendonça, afirmou que "a defesa técnica ainda não foi intimada" sobre as sentenças. "Caso essa nova sentença adote as metodologias anteriores, estão fadadas a reforma pelos tribunais superiores, uma vez que estão em desacordo com a nossa legislação penal". Ele afirma que vai recorrer.

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João de Deus é condenado a 100 anos de prisão em mais três processos

Apesar das condenações e da sua pena, João de Deus está em prisão domiciliar."Acho um absurdo, mas isso só mudaria se ele descumprisse alguma das condições desse regime. Só assim ele voltaria para o fechado", diz Luciano Miranda Meireles, promotor do Ministério Público de Goiás.

João de Deus: "Relatos são muito cruéis", diz Fibe

Durante o programa, Cris Fibe contou que os relatos das vítimas ouvidos por ela, entre elas menores de idade, pessoas com deficiência e mulheres acamadas, são cruéis. "E mais difícil ainda foi que durante a apuração [para a produção do livro], entendi que praticamente todo mundo de Abadiânia sabia que ele cometia crimes. As pessoas falavam sobre isso", revelou.

Seguem aqui os outros temas que foram destaque nesta edição do "Sem Filtro":

"Mais uma vez um homem adulto é acusado de um crime gravíssimo", diz Semayat Oliveira

O ex-BBB Felipe Prior foi condenado no sábado (8), em primeira instância, a seis anos de prisão em regime semiaberto por um estupro cometido em 2014 —a defesa alega que ele é inocente. Mas essa não é a única acusação contra ele. Prior responde a outras três denúncias de violência sexual. Semayat Oliveira, jornalista e consultora do podcast "Mano a Mano", lamentou o caso. "Mais uma vez um homem adulto sendo acusado de um crime gravíssimo, e há pessoas que ainda colocam mensagens [nas redes sociais] de que 'vai dar tudo certo'", falou. "Parece que nenhuma violência contra as mulheres é forte o suficiente para colocar em dúvida a credibilidade de um homem", acrescentou.

"Consentimento tem que ser dado o tempo inteiro", afirma Cris Fibe

Cris Fibe comentou a alegação da defesa de Prior de que a vítima havia consentido com a relação no começo e que, por isso, não tem como ser caracterizado crime. "O consentimento tem que ser dado o tempo inteiro. Se a mulher ficar desconfortável com alguma situação, por qualquer razão, não precisa se justificar. Se a mulher mudar de ideia e dizer não, o que acontecer a partir daquele momento é considerado estupro."

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Assista ao Sem Filtro

Quando: às terças e sextas-feiras, às 14h.

Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal UOL.

Veja a íntegra do programa: