Nem poligamia, nem monogamia: jovens viram adeptos da 'agamia'

Uma mudança na forma de se relacionar tem ganhado força —principalmente entre os jovens. As gerações mais novas procuram diferentes vínculos interpessoais, sem a necessidade de formalidades legais.

É a chamada "agamia", que se refere à falta de interesse de um indivíduo em estabelecer um relacionamento romântico com outra pessoa, o que frequentemente inclui a intenção de não ter filhos. Do grego, agamia significa: "a" (não ou sem) e "gamos" (união íntima ou casamento).

Os jovens estariam mais preocupados com outras questões, além do casamento, disse Heloisa Buarque de Almeida, pesquisadora do Numas (Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença), ao Jornal da USP. Fazem parte dos novos interesses e preocupações dos jovens: a preservação do planeta, o aquecimento global e a sustentabilidade.

Parte dessas mudanças está ligada ao mundo digital, especialmente às redes sociais, o que adia o início da vida sexual desses jovens, disse a pesquisadora ao Jornal da USP.

Novas estruturas familiares se criam: há formações com dois pais, duas mães e casais que vivem em residências separadas, o que demonstra uma ampla gama de alternativas de relacionamento. Em resumo, está ocorrendo uma redefinição das concepções sobre amor, família e mundo.

O que os números mostram

O Brasil teve uma queda nos casamentos na pandemia. Já em 2022, último período do levantamento do IBGE, o número de pessoas que assinaram os papéis para oficializarem a vida a dois foi de 970.041 —4% maior do que no ano anterior, mas ainda abaixo dos registros pré-pandemia.

Uma pesquisa também feita pelo IBGE em 2023 mostra que o número de pessoas solteiras no Brasil é de 81 milhões, enquanto as casadas somam 63 milhões.

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