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Candidata ao Miss Bumbum 'treina' 5 horas de sexo por dia. Há algum risco?

Carolina Lekker faz sexo por cinco horas para se preparar para o Miss Bumbum - Reprodução/Instagram
Carolina Lekker faz sexo por cinco horas para se preparar para o Miss Bumbum Imagem: Reprodução/Instagram

De Universa, em São Paulo

31/07/2022 15h09

No dia 5 de agosto acontece em São Paulo a final do concurso nacional Miss Bumbum, e a concorrente Carolina Lekker, de 24 anos, representante do Acre, chamou a atenção com sua rotina de exercícios para manter os glúteos da maneira que deseja: cinco horas de sexo por dia, em dias alternados.

"Comecei uma dieta do sexo, fazendo por cinco horas ao dia, pelo menos quatro dias da semana. Perdemos muitas calorias no sexo e é algo normal, que faz bem a nossa saúde. Juntei prazer com exercício para me preparar para a final", disse em entrevista ao site britânico "Daily Star".

Apesar de prazeroso, é seguro se dedicar fisicamente de forma tão intensa ao sexo? Universa conversou com especialistas para entender os ônus e os bônus dessa escolha.

"Temos que pensar o que ela considera como sexo. Não sabemos se ela tem penetração o tempo todo. Não é fácil fazer cinco horas de exercícios físicos seguidos", diz Karen Rocha De Pauw, ginecologista especializada em reprodução humana. Para ela, falar de sexo implica que estamos nos referindo em uma relação com uma parceria, e, se for com um homem, dificilmente alguém conseguiria manter a ereção por tanto tempo.

"Já vi algumas pessoas imitando os movimentos do sexo na hora de fazer exercício, como agachamento, elevação de quadril", conta Karen, Para a ginecologista especialista em Sexualidade Feminina e Uroginecologia pela USP, Lilian Fiorelli, na hora do prazer, não prestamos tanta atenção no esforço que fazemos nas articulações com as trocas de posições. Por isso, é necessário muito condicionamento físico.

"Dependendo da posição, ela pode forçar muito as articulações e corre o risco de romper ligamentos se não tiver um bom posicionamento", diz a especialista. Já analisando a escolha do ponto de vista hormonal e físico, Lilian diz que pode até ser benéfico, mas tudo que é em excesso envolve riscos. "A liberação de hormônios como dopamina, endorfina e oxitocina, que são responsáveis pelo bem-estar, é considerada benéfica. Mas, se ela é uma pessoa com ansiedade ou que trata depressão, o excesso de hormônios pode desencadear um pico de ansiedade", conclui.

Atrito na região vaginal

Para a ginecologista Karen, a região vaginal não suporta cinco horas de penetração. "Mesmo com muito lubrificante, vai chegar uma hora que ela não consegue mais", diz a especialista. Até mesmo o ciclo vaginal implica na nossa capacidade de lubrificação para o sexo. No período fértil, a mucosa da vagina está mais lubrificada do que no período próximoa a menstruação.

"Se ela não estiver bem hidratada, vai perder a lubrificação, pois cinco horas é muito tempo de atrito com a mucosa, que é a uma camada de pele mais fina do corpo", diz Lilian. A não ser que ela tenha muitos tubos de lubrificantes para evitar danos na região, ela aumenta o risco de microfissuras e os riscos de infecções vaginais, mesmo que não sejam ISTs", conclui a especialista,

Se feito com cuidado, não é necessariamente contraindicado. Afinal, sexo e orgasmos fazem bem, sim, à saúde. "Se ela consegue atingir o orgasmos várias vezes, ótimo. Mas será que isso acontece? É difícil dizer", diz Karen.

"Não diria que é contraindicado, desde que tenha uma avaliação ginecológica, para ver se a mucosa aguenta a fricção, e sugiro uma avaliação com um personal, para ver se o condicionamento físico está em dia", diz Lilian.