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'Fui traída 10 vezes e hoje ensino mulheres a descobrirem infidelidade'

Depois de ser traída 10 vezes, a influenciadora Amanda Cristiana criou um perfil no TikTok para falar sobre suas experiências - Arquivo pessoal
Depois de ser traída 10 vezes, a influenciadora Amanda Cristiana criou um perfil no TikTok para falar sobre suas experiências Imagem: Arquivo pessoal

Amanda Breansini em depoimento à Júlia Flores

De Universa, em São Paulo

02/04/2022 04h00

"Eu já fui traída cerca de 10 vezes.

Na primeira vez, aos 15 anos, sofri muito. Estava saindo com um garoto do colégio e tínhamos um combinado de que não ficaríamos com outras pessoas; acontece que descobri que ele tinha sido infiel ao nosso acordo e, em uma festa que eu não fui, ele ficou com outra garota.

Na segunda vez em que descobri uma traição, também sofri, mas menos do que na primeira, porque me dei conta de que aquele sofrimento uma hora ia passar.

Criei um método e uma técnica para checar a fidelidade dos meus parceiros e, depois disso, decidi montar um perfil no TikTok para ajudar outras mulheres a confiarem na própria intuição e 'jogarem verdes' para descobrirem traição.

A força da intuição

A influenciadora Amanda Cristina, "a menina do verde" - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
A influenciadora Amanda Cristina, "a menina do verde"
Imagem: Arquivo pessoal

Durante muito tempo, eu não tive uma boa relação com a minha autoestima. Era insegura com questões físicas e isso me fazia ficar mais vulnerável a relacionamentos tóxicos. Atraía homens frios emocionalmente, que não se importavam comigo de verdade.

Não desconto o erro deles das vezes em que foram infiéis, porém assumo que tive uma parcela de culpa ao me negar a ver que meus parceiros tinham comportamentos tóxicos e ambíguos.

Quando eu conhecia alguém, focava nas minhas próprias inseguranças e não reparava que era o outro que não estava tão interessado em mim

Foi doloroso passar por todas essas situações e traumas. Quando tinha entre 16 e 17 anos, cheguei a entrar em depressão por conta de um relacionamento abusivo, até que comecei a fazer terapia holística e recuperei a minha saúde mental.

Aos 18 anos, tive um relacionamento sério e aquela foi minha primeira relação saudável. Ali me dei conta que precisava tratar inseguranças e apostar mais nas coisas que acreditava, inclusive na minha própria intuição.

A garota do verde

Certa vez, quando estava solteira e saindo com um cara, no qual não confiava 100%, decidi ir até um bar da cidade onde conhecidos deles frequentavam. Batendo um papo com um amigo, joguei um verde e descobri que o menino que eu ficava estava saindo com outra garota havia três meses.

Parei de ver esse cara e me dei conta de que jogar verde era a melhor estratégia para descobrir quando alguém estava mentindo para mim.

A partir daí, comecei a aplicar essa teoria em todos os meus relacionamentos e foi assim que descobri muitas traições. Resolvi compartilhar essas experiências com outras mulheres porque, assim como eu, essas infidelidades me ensinaram que eu podia encontrar uma pessoa melhor.

O primeiro vídeo em que contei sobre uma traição teve mais de 900 mil de visualizações. Dali em diante comecei a produzir outros conteúdos sobre o tema e hoje meu perfil no TikTok, o @agarotadoverde, tem 656 mil seguidores.

Uma mulher inteligente incomoda muita gente

Meu foco, para o futuro, é fazer faculdade de psicologia e desenvolver palestras sobre relacionamentos. Antes eu estudava filosofia, mas tranquei o curso para focar na carreira de influenciadora digital.

Atualmente estou no meu terceiro namoro. Ele é meu melhor amigo e me trata muito bem, me apoia tanto na vida profissional, quanto na pessoal. Muita gente me chama de carente, só que eu sei lidar bem com a solidão e adoro a minha própria companhia. Não acho que seja isso.

Eu vejo todas essas experiências como parte de um processo, é muito difícil perceber que você está em uma situação abusiva. Não dá para julgar ninguém, nem chamar a outra pessoa de burra ou de tonta; o que busco com meu conteúdo é alertar mulheres de que existem maneiras melhores de lidarem com a própria insegurança e, assim, evitar serem enganadas.

É importante ter pessoas que alertem outras mulheres sem julgamentos para que elas possam aprender a se relacionar

Quase 90% do público que me segue é feminino. Recebo muitos ataques de ódio dos seguidores homens, eles me ofendem e dizem que estou inventando história ou que só passei por aquilo porque mereci —acho que, para alguns deles, é complicado ver uma mulher inteligente descobrindo mentiras masculinas."

Amanda Cristina Breansini, 21 anos, é influenciadora digital de Pato Branco, no Paraná