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Três anos após denunciar abusos, influencer Dora Figueiredo fala de cura

Dora Figueiredo passou por relacionamento abusivo e diz ainda viver em processo de cura - Reprodução/Instagram @dorafigueiredo
Dora Figueiredo passou por relacionamento abusivo e diz ainda viver em processo de cura Imagem: Reprodução/Instagram @dorafigueiredo

Mariana Gonzalez e Luiza Souto

De Universa

02/03/2022 16h06

Três anos após revelar ter passado por um relacionamento abusivo, a youtuber Dora Figueiredo revelou na sua conta no Twitter que até hoje não se sente inteira. "Perdi relações de amizade que demorei anos para construir, perdi toda a minha autoestima e minha identidade", ela relatou em uma série de posts publicados nesta terça-feira (2).

Dora fala ainda que seu agressor praticou contra ela todos os tipos de violência doméstica e que, por isso, não sabe se um dia se sentirá completa. "Sinto que ele simplesmente me roubou de mim mesma para sempre."

A influenciadora fez a série de posts um dia após seu aniversário, data em que, ela afirma, se sentiu amada.

"Se você está em um relacionamento abusivo ou saiu de um, saiba que existe vida, sim, depois desse pesadelo. Ela pode não ser igual, mas nada comparado ao horror que é viver com alguém por perto de você que diz que te ama e ao mesmo tempo sente prazer em te destruir", finaliza.

"Ele me fez acreditar que eu era insuportável", relembra influenciadora

A Universa, Dora diz que chegou a acreditar que não conseguiria mais ter relações de amizades ou amorosas e que, mesmo mais de três anos após o término do relacionamento, ainda tem muitos problemas como dificuldade em confiar nas pessoas e de se sentir querida pelos outros.

"Ele me fazia acreditar que eu era uma pessoa insuportável, então eu tinha muito medo de chamar pessoas em aniversários e ninguém aparecer ou de as pessoas não gostarem de mim. Tinha que chegar a um nível de aprovação que fazia eu não me aproximar de ninguém."

Com uma tatuagem no pulso em que se lê a palavra cura, ela diz compreender que o processo de recuperação é longo e espera que, a cada dia, consiga se reencontrar. Também acredita na possibilidade de ajudar outras mulheres que viveram ou vivem situação semelhante cada vez que fala sobre o assunto.

"Não é fácil, mas estou muito feliz de, por meio desse processo, estar ajudando outras pessoas que passaram pela mesma coisa a superar também", ela torce.

Como denunciar a violência doméstica

Em flagrantes de violência doméstica, ou seja, quando alguém está presenciando esse tipo de agressão, a Polícia Militar deve ser acionada pelo telefone 190.

O Ligue 180 é o canal criado para mulheres que estão passando por situações de violência. A Central de Atendimento à Mulher funciona em todo o país e também no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O Ligue 180 recebe denúncias, dá orientação de especialistas e encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. Também é possível acionar esse serviço pelo Whatsapp. Neste caso, o telefone é (61) 99656-5008.

Os crimes de violência doméstica podem ser registrados em qualquer delegacia, caso não haja uma Delegacia da Mulher próxima à vítima. Em casos de risco à vida da mulher ou de seus familiares, uma medida protetiva pode ser solicitada pelo delegado de polícia, no momento do registro de ocorrência, ou diretamente à Justiça pela vítima ou sua advogada.

A vítima também pode buscar apoio nos núcleos de Atendimento à Mulher nas Defensorias Públicas, Centros de Referência em Assistência Social, Centros de Referência de Assistência em Saúde ou nas Casas da Mulher Brasileira. A unidade mais próxima da vítima pode ser localizada no site do governo de cada estado.