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Sexo verbal: 5 papos que todo casal deveria ter pra melhorar a vida sexual

Com diálogo aberto e sincero casais conseguem alinhar suas expectativas em relação ao sexo - svetikd/Getty Images
Com diálogo aberto e sincero casais conseguem alinhar suas expectativas em relação ao sexo Imagem: svetikd/Getty Images

Heloísa Noronha

Colaboração para Universa

14/08/2020 04h00

Todo casal deseja ter uma vida sexual ativa e satisfatória, mas a maioria acaba concentrando seus esforços apenas no momento da transa. Porém, mais do que o empenho na cama, o resultado requer também dedicação fora dela.

E é através do diálogo aberto e sincero que as pessoas conseguem alinhar suas expectativas em relação ao sexo. "Infelizmente, conversar sobre sexo tende a ser mais difícil para muita gente do que praticar o ato em si", comenta a psicóloga clínica Nina Taboada, de São Paulo (SP). "Em relacionamentos de médio a longo prazo, encarar a vulnerabilidade do tema e se abrir de forma a se conectar com o parceiro é uma atitude fundamental para que a saúde sexual do casal se mantenha renovada, instigante, revigorante e fortalecedora dos laços que os unem", completa.

5 temas importantes para conversar a dois

1. Preferências sexuais: por maior que seja a afinidade entre um casal, as personalidades e as maneiras de criação são diferentes, o que pode afetar suas visões de mundo sobre o sexo. "E como o sexo ainda é considerado um tabu para muita gente há pessoas que, por vergonha, pudor ou repressão, não conseguem falar sobre o que gostam na cama, limitando o prazer", observa a psicóloga Joselene L. Alvim, especialista em neuropsicologia. Abrir o jogo sobre o que curte, o que tem curiosidade de experimentar, qual posição ou preliminar prefere é uma ação que não só garante mais satisfação como ainda fortalece o vínculo e a intimidade. Nina afirma que existe toda uma "deseducação sexual" presente na indústria pornográfica amplamente disponível e que, por seguir - via de regra - um mesmo "script", acaba provocando no imaginário coletivo a ideia de que todos sentem prazer e satisfação da mesma forma. Por isso, por mais que o universo pornô funcione como um estímulo, não deve servir como parâmetro para o sexo real.

2. Incômodos: Em geral trata-se de um assunto delicado. Para muitos casais, relatar algo que desagrada - uma posição que machuca, um tipo de carícia irritante ou um ritmo de estímulo ineficaz - soa como crítica e pode gerar conflito e até mesmo uma briga. Porém, fingir que o desconforto não existe pode transformar a vida sexual num verdadeiro campo minado, pois a frustração vai se acumulando e pode explodir num momento de crise ou atrito entre o casal. O ideal é conversar com o par num momento de sintonia e calmaria. "Mas, se ainda assim existir o receio em dizer com todas as palavras o que não está sendo efetivo, procure o caminho inverso, ressalte e valorize o que está bom, caprichando nos detalhes. Isso incentivará o parceiro a se empenhar mais naquilo, afinal quem não gosta de ouvir através de palavras, gemidos e sussurros que está obtendo sucesso em sua tarefa?", diz a sexóloga e coach de relacionamentos Andresa Buchud, de São Paulo (SP).

3. Atitude: Quais são as suas condutas frente ao sexo? Costuma procurar o parceiro para transar ou espera que ele tome a iniciativa? Existe um equilíbrio nessa função? E na cama, vocês conseguem equilibrar comportamentos mais passivos ou ativos? Têm o hábito de propor algo novo? De acordo com Nina, é comum ouvir em consultório reclamações relativas à falta ou excesso de atitude no que se refere a quem dá início - e de que forma isso é feito - à aproximação sexual. "Se há um desequilíbrio nesse quesito, é importante um diálogo aberto e franco sobre a questão. A falta dessa conversa pode acarretar em uma irritação ou chateação sempre que uma iniciativa mais sexualizada estiver presente. Em casos mais extremos, o incômodo pode resultar numa queda da libido e na esquiva da prática sexual", diz a psicóloga.

4. Pornografia e brinquedos eróticos: Outro ponto importante a ser conversado entre o casal é como cada um percebe o uso da pornografia e se estão ou não abertos a incluir sex toys na relação. Esses dois "aditivos" do prazer costumam ser vistos como tabus por apresentarem uma versão menos romantizada do sexo. Para alguns casais, quando o outro se masturba vendo um vídeo pornô, por exemplo, pode ser algo excitante e até provocador, enquanto que para outros o recurso costuma ser encarado como uma traição. Questões religiosas, tabus sociais e uma educação conservadora e repressora podem influenciar essa questão, por isso é importante que os dois alinhem opiniões e limites. O mesmo vale para os brinquedos eróticos. De acordo com Joselene, esses acessórios podem tornar as transas mais excitantes e divertidas. "Eles desenvolvem a criatividade e estimulam a prática de algumas fantasias. Sem contar que facilitam a descoberta de zonas erógenas, fazendo com que cada um explore mais ainda o corpo do outro, o que aumenta a conexão entre o casal", conta a psicóloga. Porém, para usá-los também é necessário que o casal converse antes sobre o que gera curiosidade, medo, vergonha, interesse e/ou tesão. Escolher juntos o que vão experimentar, navegando pelo menu de uma loja virtual, pode ser uma boa ideia.

5. Fantasias sexuais: "Falar sobre fantasias sexuais aumenta a intimidade do casal e apimenta a relação, levando-os a sair da monotonia. E, mesmo que a fantasia não seja colocada em prática, só o fato de verbalizá-la já eleva os níveis excitação e ativa a criatividade", comenta Joselene. Ela ressalta que colocar em prática algum desejo que o outro tenha como forma de experiência é ótimo. "Porém, caso não goste de algo, fale. Sexo é prazer mútuo, portanto não deve ser feito de forma que agrade apenas um dos parceiros. É importante comunicar o que sente para que juntos descubram o que pode ser modificado ou até verbalizar possíveis formas de prazeres. O diálogo a dois é fundamental nesse sentido, pois aumenta a confiança e o tesão entre o casal. Nem todo mundo consegue compreender as indiretas que o outro dá", ressalta.