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Sexo taoísta: segure a ejaculação e aprenda mais sobre a prática

Aprenda sobre o sexo taoísta - nd3000/iStock
Aprenda sobre o sexo taoísta Imagem: nd3000/iStock

De Universa, em São Paulo

03/06/2023 04h00

O livro indiano Kama Sutra é o mais famoso, mas na história da humanidade há outros livros milenares que abordam as práticas eróticas. A China antiga foi um terreno fértil para essas obras, com manuais sexuais com títulos como "A Arte da Câmara de Dormir".

Muitos dos textos datam de dois mil anos atrás e seguem os princípios do Tao, filosofia oriental que promove um estilo de vida duradouro e equilibrado e que vê a sexualidade — e a união das energias complementares Yin (feminina) e Yang (masculina) — como um dos pilares para a conquista desse objetivo.

Com alguns princípios semelhantes ao Tantra, como o clima ritualístico e a prorrogação do clímax, o sexo taoísta prega, entre outros mandamentos, o controle da ejaculação, a diferenciação entre ejaculação e orgasmo masculino e a satisfação plena da mulher.

O sexo é, acima de tudo, espiritual

Os preceitos básicos do sexo taoísta são a sustentação e a sublimação de energia - ou seja, o prazer está no caminho e não no fim (o gozo). O sexo é uma ferramenta para a conexão com a espiritualidade e, sendo assim, o orgasmo não é o foco.

É preciso segurar a ejaculação

Segundo o sexo taoísta, a pressa em ejacular faz com que o homem perca sua energia vital. O ideal é segurá-la o máximo possível, mesmo porque ejacular é bem diferente de gozar, o que significa que o homem experimenta várias sensações excitantes ao longo da vivência. Ao sentir que vai ejacular, o ideal é que pare.

Foco está no orgasmo vaginal

O clitóris também não é peça-chave da prática, que dá preferência ao orgasmo vaginal - o clitoriano causa uma espécie de "esvaziamento" da energia feminina.

Não há pressa para o casal gozar

Quando o casal sente que a energia está muito alta e o clímax se aproxima, devem parar e praticar exercícios de sublimação que vão desde visualizações até respirações específicas que os ajudam a entrar nos eixos. Nenhum dos dois deve ter preocupação com a duração da transa, que pode levar até três horas. Em alguns casos, a penetração sequer acontece - porém, o casal termina satisfeito assim mesmo. O orgasmo começa nos genitais e se expande pelo corpo. Com a prática mais avançada, os taoístas afirmam que o orgasmo se expande pelo espírito.

A conexão entre o par é ampliada

Com toques suaves, carícias prolongadas por todo o corpo, olhos nos olhos e, para alguns, meditações, a prática taoísta segue um fluxo contrário do sexo ocidental que é muito focado no prazer dos órgãos sexuais. É preciso ter disponibilidade afetiva e calma para se redescobrir e ajudar o outro nesse percurso também. Ao estender o sexo o máximo de tempo possível, adiando a penetração, a relação sob essa perspectiva ajuda a regular as diferenças de estimulação, desejo e respostas sexuais que em geral são drasticamente diferentes em um casal. Há uma maior intimidade e expansão da energia sexual dos genitais para o corpo todo, o que acaba afetando drasticamente a forma como o par se relaciona, tornando-os mais cúmplices e íntimos.

Para os Taoístas, o sexo é curativo

A energia sexual pode se transformar em energia espiritual. Assim sendo, os objetivos transcendem o corpo físico. Porém, os hábitos de preservar a energia sexual e retardar o orgasmo promovem benefícios para a saúde, segundo os estudiosos. Ao satisfazer-se e satisfazer o outro profundamente, aprofundar o relacionamento sexual, amoroso e a intimidade consigo e com o par, a pessoa passa a viver em um estado de equilíbrio, bem-estar e harmonia.

A cura começa pelo autoamor

E isso significa explorar o próprio corpo com afeto. O primeiro passo é prestar mais atenção na respiração, preferencialmente abdominal, se concentrando no modo como o ar entra e sai de seu organismo. Essa etapa ajuda a relaxar. Em seguida, passe as mãos pelos cabelos e vá descendo os dedos pelo rosto, sentindo a face, os lábios, as orelhas. Depois siga para o pescoço, braços, seios, barriga, nádegas, triângulo pubiano. A vulva e vagina devem ser as últimas regiões a serem percorridas, pois a ideia é aumentar a consciência corporal. A dois, um deve percorrer o mesmo roteiro com o outro, deixando os genitais para o final.

Algumas posições são mais benéficas

Uma bastante praticada tem início quando um fica de frente para o outro. A mulher deve se sentar no colo do parceiro, acolhendo o pênis em sua vagina. Ambos precisam ficar com o corpo parado, sem movimentos de "britadeira". Nessa posição, a contração vaginal é o que fará a energia sexual subir, sendo que ambos podem ajudar a elevá-la através da respiração e do olhar. Outra, que prioriza a penetração profunda, é o homem por cima e a mulher com as pernas bem levantadas.

A mulher é vista como divina

E, portanto, o prazer feminino é fundamental. Portal de Jade, Fonte da Vida e Portal da Luz são alguns nomes pelos quais a vagina é conhecida no sexo taoísta, pois é através dela que perpetuamos a espécie e entramos em contato com o que há de mais puro e divino em nós, nossa sexualidade, energia criadora, fonte de vida e prazer.

Não há busca por orgasmos explosivos

Mais do que atingir o clímax, é o cultivo da chamada energia "fria" que guia as relações taoísta. Os orgasmos, embora menos arrebatadores, são mais intensos e duradouros. A justificativa é que a energia vital não é desperdiçada, mas, sim, canalizada de forma eficiente para proporcionar saúde e bem-estar ao ser humano.

FONTES CONSULTADAS:

Deva Geeta, terapeuta tântrica, de São Paulo (SP); Juliana Bonetti Simão, psicóloga especializada em sexualidade, de São Paulo (SP), e Paula Manadevi, sexóloga e terapeuta tântrica sistêmica, do Rio de Janeiro (RJ).

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