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6 mulheres processam a Natação dos EUA por acobertar abuso sexual infantil

Três vítimas se identificaram; elas esperam que o presidente da USA Swimming seja obrigado a investigar os abusos - iStock
Três vítimas se identificaram; elas esperam que o presidente da USA Swimming seja obrigado a investigar os abusos Imagem: iStock

De Universa, em São Paulo

13/08/2020 18h01

Seis mulheres estão processando o USA Swimming (espécie de confederação nacional de natação dos Estados Unidos) por abuso sexual infantil. Segundo o HuffPost norte-americano, elas alegam que a organização não só permitiu os abusos por parte de treinadores, como também trabalhou para ocultá-los.

O advogado do grupo, Robert Allard, disse à imprensa que as seis mulheres foram "submetidas a atos atrozes" e "foram gravemente danificadas".

Três dessas mulheres se identificaram e falaram publicamente sobre o tema — elas esperam que o presidente da USA Swimming, Tim Hinchey, seja obrigado a investigar os abusos.

Debra Grodensky, de 51 anos, afirma que o USA Swimming ignorou os abusos cometidos por Andy King, um ex-técnico que já está cumprindo uma sentença de 40 anos por abuso sexual infantil. Ela alega que King começou a molestá-la quando ela era adolescente, na década de 1980, e alegou que ele se aproximou dela convencendo seus pais que ela deveria "abandonar todas as atividades extracurriculares" e começar a nadar.

"É importante entender que o processo de preparação não se limita apenas às vítimas de abuso sexual", disse Grodensky. "Ele ganhou o controle de qualquer pessoa envolvida na minha carreira".

Grodensky disse que "centenas" de pessoas sabiam que King a abusou, mas que a cultura da organização silenciou seu sofrimento. "Foi essa cultura que permitiu que Andy King abusasse de mim durante anos sem consequências", falou. Ela está entre muitos que acusaram o falecido ex-diretor executivo do USA Swimming, Chuck Wielgus, de manter em segredo o abuso infantil de King durante sua gestão.

Suzette Moran, de 53 anos, alega ter sido abusada sexualmente pelo ex-técnico Mitch Ivey quando tinha 16 anos. "Eu considero o USA Swimming responsável pelo comportamento criminoso de Mitch Ivey", disse.

Moran denuncia que Ivey a engravidou quando ela tinha 17 anos e mandou que ela fizesse um aborto antes dos testes olímpicos de 1984, "matando meus sonhos" esportivos.

A terceira mulher identificada, Tracy Palmero, de 46 anos, disse, por sua vez, que o USA Swimming precisa "limpar a casa" por ignorar o abuso sexual, inclusive o dela, que teria ocorrido em 1990 pelo ex-diretor do órgão, Everett Uchiyama. Ele foi banido da federação em 2006 por má conduta sexual, mas a organização não divulgou o motivo da expulsão até 2010, quando Palmero e seu pai tornaram públicas suas alegações.

"Acredito que outros treinadores do time sabiam e não fizeram nada", disse Palmero. Como diretor da seleção nacional, Uchiyama foi responsável pela seleção da seleção nacional, o que lhe dava vantagem sobre os aspirantes a atletas.