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Pesquisa: mulheres são pressionadas a usarem look mais sexy no home office

60% das mulheres não reportaram as situações sexistas ao RH - Getty Images
60% das mulheres não reportaram as situações sexistas ao RH Imagem: Getty Images

De Universa, em São Paulo

23/07/2020 10h17

Uma pesquisa feita no Reino Unido apontou que mulheres que trabalham em regime de home office por conta da pandemia têm ouvido pedidos para que se vistam de maneira mais sexy. O escritório de advocacia Slater And Gordon ouviu 2 mil mulheres que costumavam trabalhar em escritório e passaram a fazer isso de casa durante o lockdown.

De acordo com o estudo divulgado pelo Sky News, 35% das mulheres entrevistadas na pesquisa relataram ter ouvido pelo menos um pedido machista desde março, quando começou o lockdown no Reino Unido. 34% das mulheres foram pressionadas a usar maquiagem ou arrumar melhor o cabelo e 27% foram cobradas a usar um look mais sexy.

"Era esperado que os departamentos de RH encontrassem um declínio forte nas reclamações de comportamentos sexistas com os fechados ao redor do país", diz o relatório. "Ao invés disso, o machismo tem encontrado novas maneiras traiçoeiras de florescer no online."

A pesquisa aponta que as sugestões foram feitas, principalmente, sob a alegação de que, se fizessem isso, as mulheres poderiam "fechar um novo negócio" ou "parecer bem para o time". No entanto, somente 60% das mulheres reportaram as situações sexistas para o RH.

Danielle Parsons, uma das advogadas do Slater and Gordon, reiterou que é errado que um gestor ou qualquer pessoa em posição de poder peça que mulheres sejam mais sexy no ambiente de trabalho. "É uma poderosa forma de coerção que faz a mulher sentir como se tivessem que aderir ao pedido do chefe e ser mais visualmente agradável para ser bem-sucedida no trabalho", afirmou ao Sky News.

"Isso é humilhante para as mulheres", declarou. "Pedidos dessa natureza são discriminatórios e ilegais, já que homens em situações análogos não são tratados dessa forma. Pedidos desnecessários como esses criar um ambiente humilhante e degradante para mulheres", defendeu.