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Barras de Access: a terapia que promete acabar com traumas e negatividade

Barras Access: terapia promete aliviar stress, depressão, ansiedade e outros males - iStock
Barras Access: terapia promete aliviar stress, depressão, ansiedade e outros males Imagem: iStock

Heloísa Noronha

Colaboração para Universa

09/01/2020 04h00

Imagine se livrar de tudo aquilo que impede seu crescimento pessoal e felicidade: medo, crenças limitantes, insegurança, ansiedade, irritação... Essa é a promessa das Barras de Access, técnica de expansão da consciência criada pelo norte-americano Gary Douglas há quase três décadas e que, agora, vem conquistando adeptos no Brasil em busca de desbloqueio de traumas e pensamentos negativos.

Funciona assim: através de toques em 32 pontos (ou barras) de energia em torno da cabeça, cada um deles ligados a aspectos da nossa vida, os terapeutas especialistas na prática dizem ser possível reprogramar o pensamento e, consequentemente, modificar atitudes nocivas e restritivas. Confira, a seguir, as principais perguntas e respostas sobre a técnica:

Quais problemas as Barras de Access ajudam a curar?
Segundo os terapeutas que aplicam a técnica, as Barras de Access são indicadas para todos aqueles que desejam ter clareza em alguma questão. Elas prometem atuar em casos de ansiedade, insônia, irritação, exaustão mental, depressão, emagrecimento, vícios, compulsões, hábitos nocivos, mágoas, raiva e frustrações acumuladas e até TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), entre outros males que emperram a vida como a autossabotagem. A terapia também é apresentada como uma alternativa para melhorar o desempenho no trabalho e nos estudos, sexualidade, vitalidade e disposição.

Quais os principais benefícios?
Em geral, as pessoas relatam relaxamento, aumento na disposição física, clareza mental, melhor qualidade no sono, diminuição de dores, mais criatividade, sensação de paz e bem-estar. No dia a dia, o método das Barras de Access ajuda as pessoas a perceberem quais escolhas as têm mantido presas ou paralisadas em suas vidas e habilidades. Segundo os fundamentos teóricos, as Barras de Access servem para qualquer problema de relacionamento ou emocional, pois, nos 32 pontos, estariam as "travas" que impedem as pessoas de progredir em qualquer área da vida. Assim, quem deseja se relacionar de forma diferente com os outros ou ter uma postura mais assertiva no trabalho pode se beneficiar. Uma maior percepção do momento presente também entra no rol de vantagens, assim como o fim de situações ruins que até então aconteciam de forma repetida e constante.

Para as mulheres, há vantagens extras?
As mulheres notam efeitos em casos de TPM (tensão pré-mestrual), distúrbios hormonais, ansiedade, amenorreia (ausência de menstruação) e baixa autoestima. Isso se deve à liberação de traumas e desbloqueios mentais e emocionais que são promovidos durante a sessão, além do relaxamento obtido.

Todo mundo pode fazer?
Sim, inclusive idosos, gestantes e crianças. Não há contraindicações.

Como funciona a sessão?
Através de toques realizados por um terapeuta nos 32 pontos energéticos específicos da cabeça, a pessoa entra num estado de profundo relaxamento. A proposta é que os toques liberem espontaneamente condicionamentos, julgamentos e polaridades que limitam a vida. Conforme os preceitos das Barras de Access, cada um desses pontos ou barras armazenam toda a corrente eletromagnética das sinapses neurais que criam os padrões comportamentais e reações programadas de cada pessoa. Em outras palavras: todos os pensamentos, ideias, atitudes, decisões e crenças que você já teve em relação a qualquer coisa ao longo de sua vida, como cura, dinheiro, corpo, controle, consciência, criatividade, poder, envelhecimento e sexo, entre outras. Cada ponto teria registros de milhares de informações limitantes que, por sua vez, impedem o funcionamento normal da rotina. Os terapeutas contam que cada pensamento, ideia, atitude, decisão ou crença internalizados como verdade em algum momento da jornada se solidificam e limitam a capacidade de construir novas possibilidades e de usufruir de liberdade para criar uma realidade diferente e mais prazerosa.

Podemos dizer, então, que as Barras de Access funcionam como uma espécie de limpeza energética?
Sim, é isso mesmo. Os toques prometem promover uma "descarga energética" que limparia tudo o que não serve mais, permitindo, assim, que a pessoa faça escolhas mais assertivas em tópicos como dinheiro, sexualidade, corpo, criatividade, sonhos e muito mais. Os toques têm a proposta de desprogramar crenças, pontos de vista e juízos de valor que criam limitações. Assim, a limpeza energética faz com que se "abra" mais espaço para receber novas informações e operar mudanças na rotina.

Quanto tempo dura cada sessão e quantas são necessárias?
Cada terapeuta define o tempo de sessão, mas, em média, cada uma dura em torno de uma hora. A quantidade é definida conforme a necessidade de cada pessoa.

Em quanto tempo a pessoa sente melhorias?
Cada indivíduo é único, portanto os resultados também variam conforme cada caso. Há quem note mudanças no humor e na forma de encarar a vida já na primeira sessão; outros só percebem a transformação depois de cinco ou dez encontros. Tudo depende de até onde cada pessoa realmente está disposta a se entregar para as possibilidades.

A técnica pode substituir uma psicoterapia?
De forma alguma, tampouco qualquer tratamento médico em andamento. É importante frisar que nenhum profissional que trabalha com as Barras de Access pode diagnosticar problemas de saúde, principalmente transtornos relacionados ao humor. TDAH, depressão, bipolaridade e ansiedade, só para citar alguns, devem obter diagnóstico de um psiquiatra e exigem investigação adequada. Uma pessoa pode apresentar sintomas de uma depressão clássica, por exemplo, e na verdade sofrer de um câncer, um quadro de anemia ou um transtorno da tireoide. Técnicas como Barras de Access são denominadas alternativas justamente porque não seguem os preceitos da medicina tradicional e ainda carecem de estudos científicos que comprovem sua eficácia. Podem funcionar, portanto, como um paliativo, mas não substituem medicamentos ou sessões de terapia e, em fases mais graves de transtornos do humor, nem sempre são recomendáveis - o ideal é esperar que os remédios e a terapia comecem a surtir efeito.

FONTES:
Ana Paula Carvalho, psiquiatra com certificação pelo IBLM (International Board of Lifestyle Medicine), palestrante TEDs e ex-coordenadora da Liga da Depressão do Ipq-HCFMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); Deborah Souza, terapeuta quântica registrada no IICT (International Institute for Complementary Therapists); Kátia Motta, psicóloga, terapeuta e idealizadora do projeto Permita-se; Pollyana Esteves, especialistas em psicologia positiva e constelações familiares, de São Paulo (SP), e Thiago Fonseca, terapeuta de ThetaHealing, Barras de Access e tarólogo, de São Paulo (SP)