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Homem chamado de "maior estuprador de Goiás" é preso suspeito de 47 abusos

Wellington Ribeiro da Silva, 52, é suspeito de cometer 47 abusos sexuais em Goiás - Divulgação
Wellington Ribeiro da Silva, 52, é suspeito de cometer 47 abusos sexuais em Goiás Imagem: Divulgação

Bruna Barbosa Pereira

Colaboração para o UOL, em Cuiabá

19/09/2019 19h54

Um homem de 52 anos, considerado pela Polícia Civil como o maior estuprador em série de Goiás, foi preso suspeito de abusar sexualmente de 47 mulheres, entre elas duas crianças.

Wellington Ribeiro da Silva foi preso no dia 12 de setembro, após ser deflagrada a operação Impius ("perverso", em latim), e apresentado hoje à imprensa.

Testes de DNA feitos pela polícia, através do material genético armazenado em um banco de dados, o colocaram na cena do crime de 22 dos estupros. A polícia considera o homem como principal suspeito de outros 25 abusos sexuais.

A Polícia Civil informou que o suspeito confessou parte dos crimes, mas negou ter participado de estupros coletivos. De acordo com um dos delegados que participaram da operação, Carlos Leverger, Wellington teria mandado que namorados das vítimas as estuprassem.

Os detalhes da investigação, que reuniu uma força-tarefa de mais de 40 policiais em Aparecida de Goiânia, foram divulgados hoje. A Polícia Ténico-Científica também participou da operação, que buscou determinar o modus-operandi do suspeito.

Segundo Leverger, Wellington Ribeiro da Silva sempre agia da mesma forma: praticava os crimes por volta das 5h ou às 19h, momentos do dia que possuem pouca luz do Sol.

Ele também pilotava uma motocicleta, sempre portando uma arma de fogo, que usava, conforme o delegado, para ameaçar as vítimas.

"Ordenava que as mulheres subissem na moto, dava voltas e, em seguida, praticava os estupros. Identificamos que ele agia sempre do mesmo jeito", afirmou.

Aversão às mulheres

O modus-operandi do suspeito foi analisado por um psicólogo forense, que determinou que ele possui plena capacidade de discernimento, além de ser extremamente inteligente. Outro ponto ressaltado por Leverger é a aversão de Ribeiro da Silva por mulheres.

De acordo com o delegado, o suspeito nutre sentimentos de ódio e menosprezo pelas vítimas, razão pela qual teria ordenado estupros coletivos e feito filmagens dos crimes sexuais, para, através de chantagem, evitar uma suposta denúncia contra ele.

"É um homem avantajado, forte, usava isso contra as vítimas. Constatamos que, de fato, ele buscava sempre pela humilhação dessas mulheres", relatou.

Polícia apreende sapatos, arma e outros itens que estavam com Wellington Ribeiro da Silva - Divulgação - Divulgação
Polícia apresenta sapatos, arma e outros itens que estavam com Wellington Ribeiro da Silva
Imagem: Divulgação

Chacina Monte Líbano

No dia 7 de maio de 2011, Wellington chegou a ser preso em flagrante por estuprar uma mulher e fazer sexo oral na filha dela, de cinco meses, na frente da vítima, no Jardim Ipanema, em Goiânia.

De acordo com a polícia, ele usou um nome falso para esconder procedimentos penais que respondia em Mato Grosso, onde fugiu da Penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, conhecida como "Mata Grande", em Rondonópolis. Ele havia sido condenado a 57 anos de prisão por triplo homicídio.

O crime ficou conhecido como "chacina Monte Líbano", em referência ao nome do bairro onde aconteceram os fatos. Na ocasião, Wellington executou, segundo a Justiça, Luzia Pereira da Silva, de 39 anos, com quem mantinha um relacionamento.

Como os dois filhos da vítima acabaram presenciando o crime, o suspeito teria executado também as duas crianças. O mais velho, de 10 anos, tentou escapar do local e foi derrubado por Wellington, que o esfaqueou até a morte. Quando o mais novo, de três anos, que estava dormindo, viu o acusado, também foi esfaqueado.

De acordo com Carlos, Wellington também tinha uma condenação por chefiar uma quadrilha de assaltantes que teriam cometido roubos e homicídios em Rondonópolis.

Banco de dados

O delegado explicou que, em 2018, a Polícia Civil passou a contar com um banco de dados. Apesar de o suspeito ser investigado desde 2008, foi por meio das informações armazenadas que o material genético dele foi encontrado nas 22 vítimas.

No final de 2018, o banco de dados já apontava nove mulheres que teriam sido abusadas sexualmente por Wellington, fato que chamou atenção dos policiais do município.