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Secretário da OEA: Luta contra violência machista na América Latina é longo

Mulheres ouvem discurso do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, durante a Convenção Interlatinoamericana para Prevenir, Resolver e Erradicar a Violência contra a Mulher - Xinhua/Mauricio Valenzuela
Mulheres ouvem discurso do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, durante a Convenção Interlatinoamericana para Prevenir, Resolver e Erradicar a Violência contra a Mulher Imagem: Xinhua/Mauricio Valenzuela

30/07/2019 09h10

O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, chamou nesta segunda (29) os países latino-americanos a tomarem ações para erradicar a violência contra a mulher, que qualificou como um dos principais desafios da região.

"A luta contra a violência contra as mulheres é um dos principais desafios que nossas sociedades enfrentam. Abolir esta violência permitirá que mais de 50% da população do hemisfério possa gozar de direitos", disse Almagro no Panamá.

"O caminho ainda é longo e os dados são pouco animadores", acrescentou o diplomata durante um congresso sobre violência de gênero.

Um total de 2.795 mulheres foram assassinadas por razões de gênero em 23 países latino-americanos durante 2017, segundo dados do Observatório de Igualdade de Gênero da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Segundo o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), há uma "ordem política patriarcal" com "instituições que nos defraudam todos os dias nesta lógica de não reverter estes parâmetros culturais".

"Nossos sistemas políticos estão completamente estratificados e nenhum tem essa capacidade de dar resposta a esta situação de opressão, repressão e guerra não declarada contra as mulheres", disse Almagro.

Na América Latina, dois de cada três feminicídios são provocados por companheiros ou ex-companheiros. O Brasil, com 1.133 vítimas confirmadas em 2017, lidera a lista.