Empresa acusada de causar suicídio de jovem foi fundada por brasileiro

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Daniel de Freitas, 33, fundador da Character.AI, quase quadruplicou sua fortuna em um ano após um acordo com o Google e foi considerado bilionário pela revista Forbes. Contudo, sua empresa está passando por um processo que a culpa pelo suicídio de um jovem de 14 anos.
A americana Megan Garcia, 40, está processando uma startup que usa chatbots da Character.AI sob a alegação de que o uso do aplicativo com amigos virtuais criados por inteligência artificial levou ao suicídio de seu filho.
Em um processo movido na terça (22) no tribunal federal de Orlando, a mãe do garoto afirmou que a Character.AI direcionou seu filho para "experiências antropomórficas, hipersexualizadas e assustadoramente realistas".
O processo também inclui o Google, da Alphabet, onde os fundadores da Character.AI trabalharam antes de lançar seu produto. O Google recontratou os fundadores em agosto como parte de um acordo que concedeu uma licença não exclusiva à tecnologia da Character.AI.
As empresas negam as alegações, enquanto promovem novos recursos de segurança aprimorados para menores.
Quem é Daniel
Daniel de Freitas viu sua fortuna crescer exponencialmente após um acordo estratégico com o Google. O fundador da startup de inteligência artificial Character.AI, que permite conversas com personalidades, permitiu à gigante que licenciasse a tecnologia da Character.AI, avaliando a startup em R$ 16,8 bilhões (US$ 3 bilhões), mas sem assumir o controle da empresa.
A ascensão de Freitas o colocou em destaque na lista de bilionários da Forbes 2024, como o primeiro bilionário do setor de IA. Ele é agora um dos principais nomes do setor tecnológico no Brasil, ao lado de figuras como Eduardo Saverin, cofundador do Facebook.
Freitas cofundou a Character.AI com Noam Shazeer, outro ex-Google. Juntos, eles criaram a plataforma que se tornou um sucesso global em IA, permitindo que usuários interajam com figuras públicas e personalidades históricas, apurou o jornal norte-americano NY Times, em matéria do ano passado, quando a empresa valia cerca de R$ 5,6 bilhões (US$ 1 bilhão)
O acordo com o Google foi o principal motor da valorização da empresa. Esse movimento estratégico impulsionou não apenas a startup, mas também catapultou Freitas para o topo da lista de bilionários brasileiros.
A jornada do empresário amante da tecnologia começou cedo, aos nove anos. Com uma paixão precoce por tecnologia, ele desenvolveu seu primeiro chatbot, e sua carreira só se fortaleceu ao longo dos anos, passando por gigantes como Microsoft e Google
Freitas atuou em posições estratégicas no Google antes de fundar sua própria empresa. No Google, ele liderou o projeto LaMDA no Google Brain, que foi crucial para o desenvolvimento de chatbots avançados. Essa experiência pavimentou o caminho para a criação da Character.AI
O empresário se inspirou em um artigo do Google Brain em 2015. O estudo, sobre como máquinas poderiam aprender a conversar analisando diálogos de filmes, o motivou a levar a ideia ao extremo, resultando na criação do chatbot Meena, que mais tarde evoluiu para o LaMDA no Google, e culminou na fundação da Character.AI
Hoje, Freitas atua como pesquisador no Google DeepMind. O Google DeepMind é a divisão de inteligência artificial avançada do Google, conhecida por suas pesquisas pioneiras e desenvolvimento de tecnologias como o AlphaGo e outros sistemas de IA que buscam revolucionar o setor.
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