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5G 'puro' será liberado no Brasil nesta quarta (6); Brasília é a 1ª cidade

Admc/Pixabay
Imagem: Admc/Pixabay

Eduardo Almeida

Colaboração para Tilt, de Fortaleza

05/07/2022 11h49Atualizada em 05/07/2022 18h21

A partir desta quarta-feira (6), Brasília será a primeira capital autorizada a ter o 5G "puro" no Brasil. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou ontem (4) a liberação antecipada o uso das faixas de frequências (como se fossem pistas de uma estrada para a tecnologia funcionar) de 3,5 GHZ (gigahertz), a mais disputada no leilão.

As próximas capitais a terem o 5G standalone liberado serão Belo Horizonte, Porto Alegre, João Pessoa e São Paulo. Ainda não houve definição de datas.

Como funcionam as faixas e o 5G "puro"?

O leilão do 5G, realizado em novembro do ano passado, foi dividido na oferta de lotes nacionais e regionais dentro de quatro faixas.

  • 700 MHz: para distribuir o 5G e melhorar a cobertura do 4G;
  • 2,3 GHz: igual o acima;
  • 3,5 GHz: a mais concorrida por ser 5G "puro", voltado para o consumidor final;
  • 26 GHz: 5G "puro" para banda larga fixa

No caso de Brasília, a cidade recebeu autorização para usar a 3,5 GHz, a mais disputada exatamente por oferecer internet de quinta geração para os usuários finais.

O 5G "puro" (também conhecido como 5G SA) é chamado assim, pois seu funcionamento ocorre em uma infraestrutura totalmente nova e dedicada a ele.

A faixa de frequência é liberada é exclusiva. Por exemplo, o 5G não precisa depender das rede 4G já existentes para funcionar 100% — como acontece hoje com testes já iniciados no Brasil.

Sendo assim, o 5G consegue ser mais rápido e ter menos latência (tempo de resposta).

O problema com as antenas parabólicas

A faixa de 3,5 GHz é muito próxima à usada para o funcionamento das TVs via satélite. Se nada for feito, interferências de sinal podem acontecer para brasileiros que usam antenas parabólicas.

Para se ter uma ideia, até o começo de 2021, cerca de 20,1 milhões de residências usavam TV por parabólica. E o risco é de que o 5G chegue atropelando esses sinais.

Após o leilão, ficou definido então que as empresas vencedoras precisariam resolver a questão. A solução estabelecida foi a migração e limpeza da banda C, responsável atualmente pela transmissão da TV via satélite para a banda Ku.

Por que escolheram Brasília

De acordo com a Entidade Administradora da Faixa (EAF), no Distrito Federal existem 3.341 antenas parabólicas (TVROs). Esse número é considerado pouco comparado a outras capitais.

Logo, a adaptação da infraestrutura para a migração da Banda C para a Banda Ku é mais rápida. Na última sexta-feira (1º), Brasília concluiu a instalação de filtros em equipamentos para que esse processo seja possível.

A estimativa é que a EAF consiga instalar 220 equipamentos por dia. É preciso agendar a mudança. Pessoas inscritas no Cadastro Único do Governo Federal (CadÚnico) receberão a nova antena sem custo.

Cronograma previsto para implementação do 5G

  • Cidades com mais de 500 mil habitantes: até julho de 2025
  • Cidades com mais de 200 mil habitantes: até julho de 2026
  • Cidades com mais de 100 mil habitantes: até julho de 2027
  • Cidades com mais de 30 mil habitantes: até julho de 2028

*Com informações de Tilt, Agência Brasil e Estadão Conteúdo.