Rafael Cortez se emociona ao celebrar 52 anos do irmão autista; veja
Rafael Cortez, 47, emocionou a web ao homenagear o irmão, Vitinho, que é autista e completou 52 anos.
O que aconteceu
Nas redes sociais, o comediante fez um lindo texto para o rapaz. "Meu irmão Vitinho faz 52 anos hoje. De todos os autistas que conheci e já ouvi falar, ele é o que chegou mais longe. Já são mais de 5 décadas deste mistério; de um mundo tão próprio que se alcança apenas nas sutilezas dos contatos que ele nos permite ter".
Ele disse que as mais simples interações com o irmão falam muito mais que palavras. "Essas interações são com olhares e sorrisos como os do vídeo, assim como a música — sempre a música — fazendo o papel de mil palavras não ditas? Mas há também os latidinhos que ele dá para a nossa mãe e minha irmã, e isso desde a infância. Ou o hábito de cantar a mesma canção no dedo do irmão predileto, o Léo, para cair na risada quando o manolo o 'adverte' dizendo que é sempre a mesma música! (risos)".
Rafael destacou, ainda, que nem sempre foi fácil lidar com a condição do irmão. "Sim, já tivemos fases difíceis. Momentos da adolescência e da juventude em que ele manifestou com violência as frustrações que todos nós temos — e por que não ele também? Com a grande diferença que ele nunca teve o privilégio de poder se expressar. Hoje, Vitinho está mais sereno e observador. E por falar nisso, este sempre foi seu maior elo comigo: ele me olha fixamente. Há muitos anos ele me fita atentamente, como se conseguisse ler a minha alma! Em seus olhos só há pureza, nenhum julgamento. Mas eu terei de esperar o tempo certo para entender o que ele gostaria de me dizer".
O jornalista elogiou o jeito de ser do irmão mais velho. "Vitinho segue mandando beijos para todos os cachorrinhos que vê — seja na rua, seja na TV. Segue fã de Caetano e Elis. Está conhecendo melhor a Narinha [filha de Rafael Cortez com Marcella Calhado], como vemos no vídeo — o registro de um primeiro contato! E meu irmão continua com as mãos mais macias do mundo e aquela pureza de criança, a criança que nunca deixou de ser em toda a vida".
Ele finalizou desabafando. "Muitas vezes lamentei por ele jamais saber como é um beijo na boca. Ou voar de avião. Ou tomar um vinho, andar em uma montanha-russa, dormir de conchinha com a namorada, pagar uma conta feliz com o dinheiro que ganhou no trabalho ou, simplesmente, andar livre por aí — sem lenço e sem documento, como diria o cantor que ele gosta. Mas muitas vezes mais o invejei pelo tanto que só ele sabe de uma vida sem rancor, competição, mesquinharia ou raiva. Ele, sim, sabe o que é o amor. E talvez seja isso que ele venha tentando me contar ao longo de toda uma jornada de lindo irmão autista que eu tanto amo".
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