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Posse de Lula: com falha técnica, rapper canta Elza e faz ato antirracismo

Flávio Renegado fez ato antirracista no festival da posse de Lula - Instagram
Flávio Renegado fez ato antirracista no festival da posse de Lula Imagem: Instagram

Weudson Ribeiro

Colaboração para Splash, em Brasília

01/01/2023 22h50Atualizada em 02/01/2023 07h43

O rapper Flávio Renegado foi ovacionado ao fazer um cover da música "A Carne", de Elza Soares, durante o Festival do Futuro, evento de posse do presidente Lula (PT). A apresentação foi a primeira com manifestação contra o racismo da noite.

"Ainda sonho com o mundo em que todas as mulheres pretas vão ser ouvidas e gente não vai precisar mais brigar e se digladiar. Estamos reconstruindo o Brasil e não vamos deixar eles passem porque machistas, racistas e fascistas não passarão", disse o artista antes de iniciar a performance.

O show foi marcado por diversas interrupções por problemas técnicos.

A abertura do evento reuniu 20 mil pessoas, segundo estimativas da organização. O número é menor do que as 300 mil que eram aguardadas.

O principal motivo, segundo a coordenação do evento, é que a maioria das caravanas que chegaram à capital federal para o evento saem de Brasília às 22h. Outra razão apontada é que artistas aguardados, como Pabllo Vittar e Valesca só se apresentam após a meia-noite, quando parte do público deve retornar ao local do evento.

Homenagem a Pelé e Chico Buarque. O pagodeiro Salgadinho agitou o público com o hit "Inaraí". Junto ao rapper Gog, ele fez uma saudação para Pelé. "Nosso camisa 10. Eterno", disse.

A organização também homenageou o futebolista com um minuto de aplausos.

O ponto mais animado da abertura foi quando os cantores se reuniram para cantar "Apesar de Você", de Chico Buarque.

O refrão "Apesar de você, amanhã há de ser outro dia. Eu pergunto a você onde vai se esconder da enorme euforia" foi entoado pela maioria dos presentes de diversas gerações, que batiam palmas e se emocionaram ao final.

Apresentador do festival, o humorista Paulo Vieira disse que "o outro dia é hoje", ao celebrar a apresentação da canção, e brincou com o horário de performance das estrelas principais: "Hoje, a programação tem Pabllo Vittar às 2h da madrugada. Quero saber quem não vai arredar o pé até o último show".

"Fora, Bolsonaro" e ato antirracismo. Durante a apresentação do cantor Jards Macalé, o público gritou palavras de ordem contra Bolsonaro e em apoio a Lula. Num cover da canção "Juízo Final", de Nelson Cavaquinha, o artista foi ovacionado ao mudar a letra para "É o juízo final, a história do bem e do mal. Quero ter olhos para ver, Bolsonaro desaparecer".