Topo

Luciana Bugni

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Você também se surpreendeu ao se dar conta que Lady Di morreu aos 36 anos?

Lady Di, depois dos 30: ela já era musa de seu tempo há anos - Reprodução
Lady Di, depois dos 30: ela já era musa de seu tempo há anos Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

01/07/2021 16h57

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Nessa quinta (1º), a princesa Diana faria 60 anos. Ela morreu aos 36, em 1997, em Paris, num acidente de carro. A tragédia aconteceu depois de uma perseguição de paparazzi, que tentavam fotografar Diana, separada do príncipe Charles há um ano, com o novo namorado — o milionário Dodi Al Fayed.

Tudo isso é do conhecimento de todos. O estranho é: peraí, ela só tinha 36 anos?

Mas ela fez tanta coisa!

Diana tinha 18 anos quando dividia seu tempo entre ser ajudante em uma escola infantil e ouvir LPs. Foi com essa idade que conheceu o príncipe. A outra metade de sua vida foi vasculhada e escangalhada do jeito que nós conhecemos. Casou-se em 1981, em cerimônia televisionada a cores que foi recorde de audiência. De lá, até o fim da sua vida foi uma das mulheres mais fotografadas na história — e vítima precoce desse mesmo fato. Os próprios paparazzi que tentavam conseguir imagens da princesa pós noitada com o novo namorado tentaram fotografá-la morta nas ferragens do carro.

Temos imagens de Diana fazendo tudo. Desde os enfadonhos eventos reais — em que ela agia com naturalidade de uma mãe comum ao dar o dedo para a criança chupar, por exemplo — até a fila do McDonald's. É, ela levava os filhos ao McDonald's, pegava a fila comum, como eu e você. Não que algum de nós esteja certo em comer isso.

Diana viajou o mundo e permitiu que todo mundo sonhasse com o conto de fadas real. De seus 20 aos 30 anos, foi mais falada que a própria rainha e muito mais copiada. Com isso, parece que fez o que quis: desde decidir não usar um colar no pescoço e, sim, na testa. Sapatilha, tricô estampado, cabelo curto, jeans, color block? Tudo virava hit. Na prática, não fazia muito o que queria, não. São longos anos de tristeza, solidão e abandono.

Diana tem fotos com pessoas importantes (de Nelson Mandela ao Papa João Paulo II). Batalhou por causas que não eram faladas antes que ela colocasse os olhos nisso, como as minas terrestres na África. Teve a coragem de pegar crianças portadoras do vírus da Aids no colo no auge do pavor e preconceito com a doença. Mostrou que o mal não se transmitia pelo toque. Viajou o mundo todo. Cumpriu compromissos sociais e descobriu seu papel neles. Virou mito. E ainda criou dois filhos.

Os 17 anos em que acompanhamos a vida de Diana Spencer foram conturbados para ela: descobriu que o marido amava outra mulher, teve de viver com uma família difícil e enciumada por vê-la se tornar mais importante para os súditos do que os de "sangue azul".

O destino se renova

Harry, um homem do século 21, percebeu há alguns anos que a vida na família real era uma roubada e fugiu disso. Ele vai fazer 36 anos. A idade que sua mãe tinha quando tentava fugir das consequências disso num carro em alta velocidade dentro de um túnel perto do Rio Sena.

Ela nunca saiu dos 36 anos. Para quem cobiçou sua vida, parece que foi mais longa. Mas ela queria mais. Ou menos, depende de quem olha. Lady Di, o mito, só queria amor. Bem parecida comigo ou com você.

Você pode discordar de mim no Instagram.