Caramba, como é ruim a série do Loki

Apesar do péssimo início da empreitada da Marvel no Disney+ com WandaVision, eu estava empolgado com a série do Loki. Falcão e o Soldado Invernal foi divertida e, como marvete de carteirinha, estou sempre de boa vontade com meus bilionários favoritos.

Mas que balde de água fria é a nova jornada do filho menos querido de Jotunheim. Uma estrutura quase protocolar, enfileirando checkpoints preguiçosos como se fosse um jogo de videogame ultrapassado.

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O mais grave é o mal que está fazendo ao carisma, até então indiscutível, do personagem. Pelos desafios que surgem com o excesso de tempo de tela, é sempre um risco transformar um coadjuvante charmoso em protagonista.

Outrora reconhecido como o Deus da Trapaça, Loki acabou como um trapalhão que tenta engambelar os outros com as artimanhas de uma trama rural do Walcyr Carrasco. E nada contra esse farol da teledramaturgia brasileira, mas é sem dúvida uma mudança de proposta um tanto brusca, especialmente no primeiro episódio.

Além disso, a repercussão do seriado reforça o que existe de mais infame na cultura pop contemporânea. Parte relevante da audiência está menos interessada em apreciar um bom produto e mais antenada nas migalhas de pão que levam às próximas aventuras do universo compartilhado.

Para João e Maria rumo à casa de doces da bruxa, bom mesmo é saber que agora existem realidades alternativas que devem impactar os próximos filmes do Homem-Aranha e do Doutor Estranho. A narrativa em si virou um eterno gerenciamento de expectativas.

Muito pouco para o que poderia ser —mas só mesmo em algum mundo paralelo.

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