Um mural renasce em São Paulo
Em 1950 a cidade de São Paulo inaugurou seu primeiro grande mural de arte urbana. Em uma época que não se usavam as palavras street art e graffiti, Emiliano Di Cavalcanti assinava um painel que por décadas foi o maior exemplar de arte urbana em mural da cidade. A obra se chama Alegoria das Artes e era o grande chamariz de entrada para o Teatro Cultura Artística.
A imponência dessa obra durou até 2008, quando fomos privados dela quase que para sempre. Em 17 de agosto daquele ano, um incêndio destruiu parcialmente o teatro e o edifício foi desativado. O painel, por uma grande sorte, não foi atingido. Já o prédio, com assinatura de Rino Levi, sofreu vários danos e teve que passar por uma grande reforma.
Apesar de o fogo não ter atingido o painel, a obra de Di Cavalcanti teve que passar por uma grande restauração que terminou em 2011. Quem passava em frente ao teatro desde o incêndio podia ver apenas trechos da obra, por muito tempo coberta por tapumes e outras proteções da restauração que duraram até este ano.
No último mês, o cenário mudou. Os 384 m² deste pedaço histórico da arte urbana brasileira voltou a ser visto em sua totalidade por quem passa pela rua Nestor Pestana. O restauro mostra como ficaram as 1,2 milhão de pastilhas de vidro que compõem a obra monumental. Do incêndio de 2008 até agora, a cidade mudou muito. As raras empenas com arte se multiplicaram. Faltava esta para completar e reivindicar seu espaço na história da arte urbana de São Paulo.
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