Bolo de chocolate "surpresa" leva peras inteiras na massa e ganache no topo
Todo mundo tem seu doce favorito. É aquele que o passo a passo está quase decorado e a memória faz a gente desejar um pedaço. Mas já pensou em dar uma incrementada para deixar essa sobremesa mais interessante?
Pode ser coisa pequena: um toque alcoólico, uma pitada de alguma especiaria ou a adição de uma fruta. Foi pensando assim que o chef Rodrigo Marques levou três peras inteiras para o bolo de chocolate e transformou uma pedida simples numa criação divertida e saborosa.
Na receita cedida a Nossa pelo confeiteiro, a fruta precisa estar madura e sem casca. As três unidades são mergulhadas na massa direto na assadeira, antes da sobremesa ir ao forno.
Com a exposição ao calor por 50 minutos, as peras mudam de textura:
Ficam muito macias, derretendo".
Confira a receita completa clicando no link abaixo:
O contraste fica por conta da massa, densa e untuosa. "A pera equilibra a intensidade do chocolate com dulçor e sabor floral".
O bolo ainda recebe no topo ganache de chocolate meio amargo. Mesmo com a cobertura, os cabinhos da pera ficam levemente para fora e deixam os convidados curiosos pela "surpresa", anunciada discretamente.
A engenharia dos doces
A avó portuguesa que adorava cozinhar e comer despertou o interesse de Rodrigo pela cozinha, como pede o clichê. A decisão por trabalhar em frente ao fogão, no entanto, surgiu num ambiente bem particular: a Poli-USP.
Ele cursava o segundo ano de engenharia química quando se viu desmotivado. "Não me identifiquei. Isso me trouxe bastante frustração".
Os amigos de faculdade o encorajaram a praticar seu hobby e compravam os doces que ele levava. "Quando percebi, tinha prova no dia seguinte e estava fazendo testes de receita às 3 horas da manhã. Algo não estava fazendo sentido".
Foi quando tomou a decisão: trancou a faculdade e, no mesmo mês, mudou para gastronomia na Anhembi Morumbi.
A engenharia química e a gastronomia têm uma intersecção muito grande. Meu interesse pela confeitaria está na precisão".
O conhecimento teórico sobre como o controle de temperatura e de tempo guiam uma preparação deu ao rapaz certa vantagem. Ele se destacou na faculdade, numa premiação internacional e na equipe do chef Rodrigo Oliveira, com quem trabalhou no extinto Esquina Mocotó, na Vila Medeiros.
No Isla Café, restaurante que funcionava Pinheiros, ele teve contato com a doçaria que ele acredita hoje. "Meu norte é levar a confeitaria clássica para um universo de experimentação".
Rodrigo, que atualmente trabalha numa agência de conteúdo para marcas de gastronomia, tomou a coragem de compartilhar o seu trabalho no Instagram no início desse ano.
"A Elisa Fernandes [campeã do primeiro MasterChef] me incentivou muito. Gosto de pensar que é uma forma de abrir diálogo sobre comida que muitas vezes não temos oportunidade".
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