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Brasileiros estão entre 100 pessoas mais influentes dos drinques no mundo

Thiago Bañares - Divulgação
Thiago Bañares Imagem: Divulgação

Editora e colunista de Nossa

27/06/2023 11h15

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Quando esta coluna disse nos últimos três últimos textos que o Brasil está com tudo e mais um pouco no universo da coquetelaria, pode acreditar: sempre tem espaço para mais uma boa notícia.

O consultor e bartender Márcio Silva e Thiago Bañares, do Tan Tan, Kotory e The Liquor Store, estão entre as 100 pessoas mais influentes do mundo da mixologia da Drinks Internacional, uma das publicações mais respeitadas nesse meio em todo o mundo. Os brasileiros despontaram em 92 e 96 lugares, respectivamente.

É a quinta vez que Márcio surge na lista — em 2022, ele conquistou o 66° lugar — e a primeira entrada de Bañares.

Em conversa com Siga o Copo, Bañares comemora:

"Entrar nessa lista foi uma surpresa, mas é um reconhecimento pelo trabalho que temos feito nos últimos dois anos de levar o conceito do Tan Tan e do meu Brasil — um Brasil que tem um toque de Ásia - para o mundo. Com isso, vem também uma grande responsabilidade. Queremos usar essa influência para trazer algo positivo para o país", afirma Bañares.

"Minha entrada é indicativo da força da coquetelaria latino-americana pelo mundo", completa.

Bañares conta que chamar atenção para algo que venha do Brasil não é muito difícil, "as pessoas têm um encanto natural com o país e querem se conectar com o brasileiro".

O desafio, segundo ele, é mostrar o trabalho com atmosfera asiática feito no Brasil: "Tenho a responsabilidade de falar que o Brasil tem essa pluralidade. A carta do Tan Tan hoje fala sobre ingredientes brasileiros e asiáticos e isso acaba abrindo o olho das pessoas para o Brasil que não é só o que foi falado até agora, dos clichês de samba, sandália Havaianas", diz, lembrando que a maior colônia japonesa fora do Japão fica aqui no Brasil.

Márcio Silva, veterano da lista de mais influentes da Drinks International - Tereza Sa - Tereza Sa
Márcio Silva, veterano da lista de mais influentes da Drinks International
Imagem: Tereza Sa

"Tô aqui emocionadíssimo e é uma questão de nem prestar atenção na posição, porque já cheguei a estar em 19°. É indescritível o sentimento, até porque esse último ano foi um dos mais desafiadores profissionalmente e pessoalmente pra mim e ter o privilégio das pessoas do mundo votarem em mim pra continuar na lista em cinco anos consecutivos me deixa super feliz e honrado", disse Márcio à coluna.

Para conquistar essa visibilidade internacional, Márcio relembra que, profissionalmente, foi lá fora que cresceu na profissão.

"Para isso, os profissionais precisam entender como seu trabalho pode influenciar colaboradores da comunidade local, do bairro, da cidade, do país, dos países vizinhos e mundialmente", conta.

Mulher no topo

Monica Berg - Divulgação - Divulgação
Monica Berg
Imagem: Divulgação

Além da presença brasileira, comemorem, mulheres: estamos no topo e nossa representante é Monica Berg.

Sócia do Tayer + Elementary em Londres, é a quarta vez que ela aparece na lista e supera o bartender Danil Nevsky e Jean Trinh do Alquímico, na Colômbia, que subiu de 19° para 3° lugar.Em quarto lugar, outro sul-americano Tato Giovannoni, dono do Florería Atlántico em Buenos Aires, seguido de Vijay Mudaliar, dono do Native and Analogue, em Singapura.

O ranking é organizado por mais de 100 votantes pelo mundo, entre jornalistas de coquetelaria, consultores, representantes de marcas e produtores de eventos espalhados por mais de 60 cidades pelo mundo.

Segundo a organização a lista apresentou 26 movimentações entre ano, com 20 novidades entre os 100. A Europa ainda prevalece na lista, com 36% das colocações, seguido de América do Norte, com 29%. 20% dos listados são da Ásia e 7% da América do Sul. Austrália e África dividem os outros 8%.

A cidade de Londres é a que abriga mais representantes (14%), seguido de Nova York (11%).

A lista completa pode ser vista neste link.

E o que você tem com isso?

Esta coluna não exatamente fã de listas, mas não deixa de ser um inegável termômetro para quem ama uma boa combinação etílica e não se contenta somente com o conteúdo do copo ou taça, mas também vê a coquetelaria como parte do universo gastronômico e, portanto, cultural do Brasil.

Esta é mais uma oportunidade de mostrar como a alquimia dos drinques brasileiros está em ótima fase para se mostrar para novos bebedores e para o mundo carente de novidades e criatividade.

Então, sim, celebremos. O "tim-tim" está cada vez mais globalizado e isso merece brinde regado a bons drinques.

*Trilha sugerida de harmonização com essa coluna: País Tropical, Wilson Simonal

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