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Covid mostrou necessidade de 'soluções globais' para futebol, diz Infantino

Gianni Infantino, presidente da Fifa - Buda Mendes - FIFA/FIFA via Getty Images
Gianni Infantino, presidente da Fifa Imagem: Buda Mendes - FIFA/FIFA via Getty Images

em Madri (Espanha)

11/07/2020 17h52

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse que a organização tenta defender todas as competições e torná-las compatíveis diante da situação criada pelo novo coronavírus. Além disso, ele enfatizou que "os jogadores são o coração do futebol, e o público é a alma".

Na cerimônia de encerramento do fórum virtual WFS Live, organizado pelo World Football Summit e o ex-jogador Ronaldo (hoje empresário e presidente do Valladolid), Infantino respondeu às perguntas do brasileiro e falou de maneira descontraída sobre a situação atual e "a dureza" de ter que parar o esporte em praticamente todos os lugares.

"Isso nos mostrou como somos pequenos e percebemos que precisamos de soluções globais, não apenas futebol para algumas poucas pessoas em alguns países. Estamos trabalhando em como podemos projetar o futebol para o futuro da melhor maneira para quando houver normalidade. É importante estar conectado, ouvir e aplaudir. Tentamos não brigar com muita gente, todas as partes estão tentando defender todas as suas competições, e estamos tentando torná-las compatíveis", disse.

O dirigente também enfatizou a necessidade de garantir a saúde e a proteção dos jogadores, que ele definiu como "o coração do futebol", embora, segundo ele, "algumas pessoas possam ter esquecido isso". Infantino falou ainda sobre a tristeza de ver o futebol sem público nas arquibancadas, porque "os torcedores são a alma deste esporte".

"Neste momento, estamos aqui para proteger os verdadeiros protagonistas. Neste período em particular, temos que dar mais oportunidades. Você não era muito ruim quando jogador, quantos minutos ou jogos você pode jogar em um ano?", perguntou o dirigente, com bom humor, a Ronaldo, que apostou "no momento de dar oportunidades aos jogadores que normalmente não jogam".

O ex-craque perguntou a Infantino sobre o calendário internacional, "com o qual ninguém parece estar feliz", segundo ele, e sobre o futuro de competições como o novo formato do Mundial de Clubes da Fifa, que deveria estrear em 2021, mas não vai acontecer porque a Copa América e a Eurocopa foram adiadas para o ano que vem.

"Ainda não sei como deve ser, há jogadores que têm que fazer muitas viagens, e é hora de falar sobre isso, mas primeiro precisamos ouvir opiniões. Com relação ao Mundial de Clubes, não sei por que eles devem ter medo desta competição. Decidimos substituir a Copa das Confederações por algo mais interessante com a ideia de reunir os melhores clubes do mundo por algumas semanas", afirmou.

Infantino foi enfático sobre a obrigação da Fifa de "proteger a integridade da competição", tendo em vista as implicações que a crise sanitária terá nos contratos dos jogadores e nas janelas de transferência que serão prorrogadas.

"Se um jogador começa uma competição com um clube, ele deve terminá-la com o mesmo clube", comentou.

O presidente da Fifa pediu também um maior apoio ao futebol feminino, que ele classificou como "uma prioridade" para a entidade e vai receber parte das ajudas para lidar com o impacto econômico da crise da pandemia, conforme prometeu.

"Não devemos usar a covid para deixar de lado o futebol feminino, devemos investir mais", afirmou, além de reforçar a ideia de que a Copa do Mundo feminina deveria ser realizada a cada dois anos.

No mês passado, a Fifa concordou em disponibilizar US$ 1,5 bilhão para o futebol, sendo uma doação de solidariedade de US$ 1 milhão para todas as associações membro, outros US$ 500 mil especificamente para o futebol feminino e uma doação de US$ 2 milhões para cada confederação.

Infantino disse que todos "estão trabalhando muito cuidadosamente na parte financeira" e que a Fifa "está em uma posição forte para ajudar financeiramente".

O dirigente defendeu ainda o trabalho da entidade contra qualquer tipo de intolerância e violência.

"A Fifa é uma organização que trabalha pelo respeito, tolerância, contra todos os tipos de violência e discriminação. Devemos dar o exemplo neste debate particular", disse.